Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Manuel Brito Tradutor Porto, Portugal 33K

Mesmo depois de ter consultado diversas obras de referência e lido os vários artigos sobre esta questão no Ciberdúvidas, continuo com dúvidas: é incorreto escrever «Ele não tem qualquer razão», com o significado de «Ele não tem nenhuma razão»? É que fico com a sensação de que, na segunda frase, a existência de dois elementos de caráter negativo (não e nenhuma) faz com que se anulem um ao outro, à semelhança da matemática, em que menos por menos dá mais. Assim, será que ao escrever «Ele NÃO tem NENHUMA razão» não estaremos a dizer que ele tem ALGUMA razão (se não tem "nenhuma" é porque tem "alguma")? Sei que os puristas são contra este uso de "qualquer", mas a língua evolui, ou não?

Agradeço a atenção e aproveito a oportunidade para vos felicitar pelo vosso magnífico trabalho neste sítio que tão bem defende a nossa amada língua.

Pedro Rodrigues Professor Lisboa, Portugal 9K

Peço um esclarecimento sobre o uso correto dos substantivos e adjetivos nas frases que se seguem:

Os nazis atacaram. Os nazistas atacaram. Ele defende os valores nazis. Ele defende os valores nazistas.

(Li a entrada sobre «nazi» e «nazista», mas não percebi se se referia ao Português de Portugal ou à variante brasileira.)

Os liberais atacaram. Os liberalistas atacaram. Ele defende os valores liberais. Ele defende os valores liberalistas.

Obrigado pela atenção.


Miguel Estulano Gestor Lisboa, Portugal 5K

Qual é a origem do apelido/sobrenome Estulano?

João Miguel Ferreira Professor Guimarães, Portugal 10K

Na frase «A raposa comeu o queijo ao almoço», consideramos «ao almoço» como modificador do grupo verbal, uma vez que não faz parte da estrutura argumentativa do verbo. E na frase «A raposa comeu o queijo ao corvo»?, como classificamos a expressão «ao corvo»?

Paulo Gomes Bancário Lisboa, Portugal 3K

A minha dúvida consiste no facto de, tendo em conta o nomeadamente, se, no seguinte texto, a procuração é extensível a todos os bancos, ou só à Caixa Geral de Depósitos e Caixa Económica Montepio Geral:

«a quem confere os necessários poderes para representar a sociedade perante quaisquer bancos e/ou instituições de crédito, nomeadamente Caixa Geral de Depósitos e Caixa Económica Montepio Geral, podendo proceder à abertura e ao encerramentos de contas...»

Grato pela atenção.

Álvaro Faria A{#c|}tor Lisboa, Portugal 5K

Uma vez mais recorro ao Ciberdúvidas, desde já agradecendo a vossa ajuda.

Respondendo à pergunta 22 472, é dada a seguinte definição de atrelado (semelhante à de alguns dicionários que consultei): «veículo sem motor rebocado por outro».

Gostava de saber se não pode também utilizar-se atrelado para um veículo sem motor rebocado por um animal. Não podendo, pedia-vos que me indicassem uma palavra para esse tipo de veículos (isto é, que abranja carroças, coches, etc.).

José Castelo Branco Servidor público São Luís, Brasil 68K

Gostaria de saber o significado do seguinte provérbio:

«Beleza não põe mesa.»

Desde já agradeço.

Gyacinta Fernandes Estudante Lisboa, Portugal 140K

Gostava que me explicassem a diferença de significado entre pedofilia e pederastia. Podem ser sinónimos do ponto de vista etimológico?

Obrigada.

Onildo Botelho Bancário Belém, Brasil 18K

Está correto o verbo interagir reger a preposição com?

Não seria redundância?

Iva Svobodova Docente universitária apoiada pelo Instituto Camões Brno, República Checa 28K

Tenho dúvidas acerca do uso do pretérito perfeito do conjuntivo.

Encontrei, na Gramática da Língua Portuguesa, (M. H. M. Mateus et al., 2003), Capítulo XV (Inês Duarte) — Subordinação completiva, pág. 609 (cp. 15.1.3) e 606 (cap. 15.1.1.), as seguintes frases:

«Que a Maria não tenha vindo a festa, surpreendeu o João.»

«O Conselho lamentou que não lhe tenha sido comunicada a decisão.»

Pensava que nas subordinadas completivas finitas, neste caso (quando a oração principal se encontra no pretérito perfeito), seria apropriado e gramatical usar o mais que perfeito do conjuntivo:

«Que a Maria não tivesse vindo a festa, surpreendeu o João.»

«O Conselho lamentou que não lhe tivesse sido comunicada a decisão.»

Pedia-vos para me confirmarem a gramaticalidade das frases encontradas na GLP nos subcapítulos em apreço. Caso estejam correctas, a minha pergunta é:

Posso, então, utilizar o pretérito perfeito do conjuntivo nas completivas finitas seleccionadas por todos os verbos psicológicos, ou só por aqueles que são denominados "factivos" e que pressupõem a verdade do complemento frásico (achar bem, detestar, gostar, lamentar)? Neste caso, seriam gramaticais as seguintes frases?

«Achei (achava) bem que lhe tenhas dito a verdade.»

«Detestei (detestava) que te tenhas vestido assim.»

«Lamentei (lamentava) que me tenham dado a resposta negativa.»

«Gostei (gostava) que ele me tenha vindo visitar.»

Verbos psicológicos não factivos:

«Esperava que to tenha dado.»

«Supunha que to tenha dito.»

Obrigada.