Modalidade epistémica e modalidade deôntica
Qual o tipo de modalidade e valor modal das seguintes afirmações:
«Sou a portadora desta carta para Vossa Excelência. Que não venha cá, porque isso seria inútil, e muito perigoso.»
Derivação: ritmação e ritmização
Qual a forma correta: ritmação ou ritmização?
Preposição a finalizar frase: «... tenho dificuldade em lidar com»
É correto terminar uma frase com «lidar com»?
Exemplo: «Quanto à falta de pontualidade, tenho dificuldade em lidar com»
Na minha opinião a frase poderia ser «Quanto à falta de pontualidade, é algo com que tenho dificuldade em lidar» ou «Tenho dificuldade em lidar com a falta de pontualidade».
Fiz este reparo à minha filha que me respondeu que todos os amigos falam assim e que a frase está correta.
Sintaxe e estilística: «A importância... é que/é porque»
Relativamente ao "hábito" de se responder a partir das perguntas dos enunciados, noto uma tendência que se traduz na seguinte frase:
«A importância dos sonhos É QUE/É PORQUE a personagem pressente algo ruim.»
Perguntava-vos, como tal, se é aceitável uma construção desse género.
Obrigado.
Coesão: «Um..., o outro»
Antes de mais, parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido!
Tenho uma questão... no excerto:
«Portugal tem dois vizinhos: o oceano Atlântico e a Espanha. Um deles foi visto durante muito tempo como uma opção arriscada, traidora e perigosa, o outro era líquido.»
Numa questão apresentada em aula, considerou-se que, ao recorrer a "um deles" e a "o outro", se punha em evidência a coesão interfrásica.
Esta análise é a correta? Se sim, por que razão?
Muito obrigada pela atenção dispensada!
Anglicismo semântico: antecipar = prever
O Dicionário Priberam define antecipar como «pensar com antecipação que algo vai acontecer. = ANTEVER, PREVER». E este significado já existe há muitos anos.
Vamos contrariar o dicionário?
Concordância: adjetivos + nomes coordenados
Tenho uma questão quanto à qual a gramática tradicional é um tanto quanto esquiva, então gostaria de seus pareceres.
Se trata de campo semântico de adjetivos em sintagmas nominais com mais de um substantivo.
Considerando-se que a GT [gramática tradicional] diz que um único adjetivo caracteriza mais de um substantivo (pelo menos enquanto o sentido do adjetivo os cobrir) e que isso ocorre conforme a disposição de termos no sintagma — inclusive em todos os casos de concordância atrativa — (o que é minha maior dúvida se de fato o é), me interesso em saber como contornar interpretações equívocas nestes casos, mormente casos em que a concordância atrativa é obrigatória, por ex., quando adjetivo(s) anteposto(s) (funcionando de adjunto adnominal) aos nomes:
«Comprei manuais e gramáticas velhos/velhas.»
(penso que caracterize ambos independentemente da ausência de determinantes e da concordância estabelecida, tanto é que se objetivasse a caracterização de somente um nome contornaria assim:
«Comprei manuais velhos e gramáticas.» / «Comprei gramáticas velhas e manuais.»
Nestes casos, a concordância se faz obrigatoriamente com o mais próximo, pois logicamente só há o mais próximo para concordar. Por conseguinte, quanto a isso também gostaria de saber que acham.)
«Comprei velhos manuais e gramáticas.»
(nota-se que o sentido do enunciado, provocado pelo deslocamento do adjetivo, mudou.
Aqui começa a complicar em meu entender, pois o adjetivo pode, conforme sua carga semântica, caracterizar ambos. E fico em dúvida se efetivamente ocorre, a ausência de determinantes teria alguma implicação diferente na interpretação? Suponho que não...
«Comprei os manuais e as velhas gramáticas.»
(Por mais que a concordância seja atrativa, não por intuição possibilidade de caracterização semântica de ambos.)
Para não ir à exaustão com exemplos, para com casos de adjuntos adnominais, paro por aqui.
Ao predicativo do objeto agora:
Minha questão com este é mais sobre como contornar a interpretação de que ambos os substantivos são modificados. Para tal recorrendo a pontuação, penso conseguir fazê-lo. No entanto, como estou estudando pontuação ainda (sou um exímio "pontuador"); não sei se satisfaço plenamente a questão, portanto a vocês recorro.
«Comprei velhas as gramáticas; e os manuais» (não necessariamente velhos).
(E as gramáticas enquanto velhas, não necessariamente estão velhas no momento da enunciação.)
Aguardo suas reflexões ansiosamente. Obrigado pela atenção.
Pronome demonstrativo seguido de pronome relativo: «Era isso o que...»
Na frase «Era isso o que estava a manter o pensamento no lugar», é um erro o uso do artigo definido o antes de que? Se sim, qual é a regra que fundamenta isso?
Obrigada.
«Tarte de noz» e «tarte de nozes»
Tenho vindo a notar que em muitas embalagens e placas informativas, principalmente no ramo da alimentação, têm vindo a usar muito o singular das palavras, como por exemplo: «tarte de noz.». Esta seria talvez, confecionada com mais do que apenas uma noz.
Qual seria o mais correto: «tarte de noz» ou tarte de nozes» ou «tarte com aroma a noz»? Porque temos uma outra situação relacionada com os sabores e aromas.
Normalmente dizemos: «bolo de laranja», «bolo de maçã», «bolo de banana», e por aí além, mas existe alguma regra no que diz respeito às quantidades, para definir se o nome é no singular ou no plural?
Obrigado.
O verbo combater
Recentemente estive lendo o Dicionário prático de regência verbal de Celso Pedro Luft (um bom livro!).
Lá, deparei-me com um caso curioso: o verbo combater podendo ter dois "objetos indiretos".
O autor diz que o verbo é transitivo indireto e cita as preposições com, contra, por e a locução prepositiva «a favor de»...
Depois disso, observei uma frase:
«Combati contra José pela liberdade.»
Temos, na frase citada, dois objetos? «Pela liberdade» não dá uma ideia de locução adverbial de causa?
Obs.: A frase [em questão] não foi lida no livro, e sim em um artigo; mas, [apoiado] na visão de Luft, julguei dois objetos indiretos.
Desde já agradeço a enorme atenção que os Senhores sempre tiveram.
