DÚVIDAS

Pareço, pareces, parecemos e pareceis + infinitivo
Os exemplos aduzidos por Napoleão Mendes de Almeida no seu Dicionário de Questões Vernáculas não apresentam o verbo parecer flexionado na 1.ª e na 2.ª pessoa do singular e do plural. Uma vez que procurei em diversas gramáticas exemplos nas pessoas mencionadas, dentre elas, na d[e] Mira Mateus [Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Editorial caminho, 2003], desejava saber se vocês poderiam aduzir exemplos de autores portugueses que construíram esse verbo na 1.ª e na 2.ª pessoa do singular e do plural com infinitivo [...] não flexionado, como, nestes exemplos: «Eu pareço querer mudar o mundo.»; «Tu pareces agir como Bacharel de Cananeia.» Por último desejava ainda saber se esse emprego é lídimo português ou se é já brasileiro, [e]m razão de as [...] completivas equivalerem a «Eu pareço que quero mudar o mundo» [e] «Tu pareces que ages como Bacharel de Cananeia». Não haveria porventura um engano, já que o pronome eu não é sujeito de pareço, mas de quero, de querer, da mesma maneira que o tu não é sujeito de pareces, mas de ages, de agir. Mais uma vez os meus agradecimentos ao vosso trabalho, de que tanto o Brasil precisa.
O uso do sujeito posposto
Queria saber quando é que se deve usar um sujeito posposto no lugar de um sujeito anteposto.Há casos em que um me soa melhor do que o outro, o que me leva a pensar que talvez haja regras por detrás disso. Como gosto de falar bem a minha língua, agradecia que alguém me elucidasse quanto a este assunto. Deixo também alguns exemplos que talvez vos ajudem a entender melhor aquilo que estou a dizer. • São tuas as fotos que estão em cima da mesa da sala? • As fotos que estão em cima da mesa da sala são tuas? Neste caso, a primeira frase soa-me muito mais natural do que a segunda. • Estão umas fotos em cima da mesa da sala. São tuas? • Umas fotos estão em cima da mesa da sala. São tuas? Neste caso, a primeira também me soa muito mais natural do que a segunda. Como puderam ver, em ambos os exemplos, apenas a opção pelo sujeito posposto soa natural, mas não sei o porquê. Será que é puramente uma questão de hábito ou há regras por detrás da escolha de um no lugar do outro? Muito obrigado desde já.
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