Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Marcel Nijhof Engenheiro da sistemas Hengelo, Países Baixos 12K

Estou a aprender o português (sou holandês) e queria fazer uma pergunta sobre o uso dos verbos ser e estar com um adjectivo. Neste caso é o pretérito perfeito, usado como adjectivo.

Sei bem que usa-se o verbo ser se o adjectivo descreve algo do substantivo caractarístico, algo «que não se muda rapidamente»; se as características são (estão?) variáveis, use-se estar. É claro que as regras duma língua natural não são tão exactas como as da matemática («uma casa branca será verde depois de a pintar de verde»), mas (claro) há também exemplos mais "complicados". Eu li por exemplo «sou/estou casado/solteiro». Na minha opinião, neste exemplo, «ser casado (solteiro)» pode-se comparar com «ser verde» (e, embora em ambos os exemplos este aspecto do substantivo possa-se mudar, isso não é o primeiro pensamento). Então, eu diria «sou casado». Mas também leio «estou casado» (ou solteiro)...

Isso tem a ver com o facto que o adjectivo é um pretérito perfeito? Com o verbo ser, isso usa-se normalmente para exprimir o tempo passivo («A janela foi partida pelo João»).

Também li (acho que é uma brincadeira) «Eu estou casado, mas a minha mulher está casada». Isso quer dizer que o homem não é tão "dedicado" quanto o casamento como a mulher?

Muito obrigado de antemão pela sua resposta!

Bruno José Religioso Curitiba, Brasil 51K

Gostaria que me esclarecessem a dúvida a respeito da regência do verbo enviar e do substantivo preparação.

Diz-se: «Enviei algumas intenções para o Santuário X», ou «ao Santuário X»? Pois já li ambas as possibilidades.

O mesmo se refere ao substantivo preparação. Quando poderei dizer «preparação de» e «preparação para»?

Pierre Leandro de Macedo Policial militar Ribeirão Preto, Brasil 10K

Sempre consulto o site sobre dúvidas diversas. Gostaria de agradecer pelas matérias.

Na Constituição brasileira, no artigo 5.º inciso XII, diz: «XII — é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.»

A pergunta é: na parte em que diz «(...) salvo, no último caso (...)» foi usada a preposição em + o artigo definido o. Pois bem, se essa locução se refere a todos os tipos de comunicações, ali mencionadas, que serão violadas por ordem judicial, não deveria vir apenas genericamente, ou seja, preposição em: «em último caso»? Pois, da maneira que está, dá o entendimento de se referir somente à comunicação telefônica.

Desde já, agradeço!

Terrence Fraser-Bradshaw Educador Georgetown, Guiana 5K

Gostaria de que tivessem a gentileza de dizer-me qual destas orações é o correcto. Se for a última, que me digam, por favor, por que é necessária a preposição: Te pago o serviço; te pago pelo serviço.

Infinitamente obrigado.

Angélica Alves Professora São Paulo, Brasil 15K

Devo usar apenas tampouco, ou posso usar a expressão «nem tampouco»?

Obrigada.

André Paoliello Estudante Ipatinga, Brasil 32K

Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho.

Em segundo lugar, tenho uma dúvida relativa a duas frases:

«Se não fosse por elas, ele nunca teria tomado a iniciativa.»

«Não fossem elas, ele nunca teria tomado a iniciativa.»

Gostaria de saber se estão corretas e, se estiverem, se há diferença semântica entre elas.

Patrícia Trindade Professora Barreiro, Portugal 13K

«Diz-se tocar a campainha durante dez minutos», ou «tocar à campainha durante dez minutos»?

Cf. «bater a porta» vs. «bater à porta».

Joana Fonseca Investigadora na área da química Porto, Portugal 6K

Qual é a forma mais correta:

«usou-se um espectrofotómetro acoplado com um potencióstato»

ou

«usou-se um espectrofotómetro acoplado a um potencióstato»?

Muito obrigada.

Maria Lança Professora Beja, Portugal 7K

Antes de colocar a minha dúvida, aproveito para felicitar a equipa que faz este trabalho notável em prol do (bom) emprego da "nossa" língua.

A minha questão: sabendo que os verbos se podem classificar como auxiliares, principais (transitivos diretos, indiretos, diretos e indiretos e intransitivos), copulativos, impessoais... como se pode classificar o verbo na frase «Desloquei-me ao Porto»?

Sendo «ao Porto» um grupo preposicional com função de complemento oblíquo, é pedido pelo verbo?

Agradecia o esclarecimento desta dúvida, cuja resposta não encontrei nas gramáticas nem no Dicionário Terminológico.

Manuel Brito Tradutor Porto, Portugal 33K

Mesmo depois de ter consultado diversas obras de referência e lido os vários artigos sobre esta questão no Ciberdúvidas, continuo com dúvidas: é incorreto escrever «Ele não tem qualquer razão», com o significado de «Ele não tem nenhuma razão»? É que fico com a sensação de que, na segunda frase, a existência de dois elementos de caráter negativo (não e nenhuma) faz com que se anulem um ao outro, à semelhança da matemática, em que menos por menos dá mais. Assim, será que ao escrever «Ele NÃO tem NENHUMA razão» não estaremos a dizer que ele tem ALGUMA razão (se não tem "nenhuma" é porque tem "alguma")? Sei que os puristas são contra este uso de "qualquer", mas a língua evolui, ou não?

Agradeço a atenção e aproveito a oportunidade para vos felicitar pelo vosso magnífico trabalho neste sítio que tão bem defende a nossa amada língua.