Recentemente, deparei-me com um tópico envolvendo a escrita no nosso idioma que acabou por me gerar duas dúvidas próximas entre si, por isso tomo a liberdade de apresentá-las em conjunto ao Ciberdúvidas. Trata-se do uso do se junto a verbos no infinitivo e no gerúndio (excluindo da discussão verbos pronominais/reflexivos, que sem dúvida exigiriam o se).
Fui informado que em diversos casos envolvendo o infinitivo impessoal, já carregando ele impessoalidade e valor passivo, será dispensável o uso do se tanto como índice de indeterminação do sujeito quanto como pronome apassivador. Cito alguns exemplos: «Fazer o bem é importante» (e não «Fazer-se o bem»), «Osso duro de roer» (e não «duro de roer-se»), «Hora de chamar a polícia» (e não «de chamar-se a polícia»). Gostaria de perguntar se, em casos como esses, o uso do se é meramente dispensável ou, mais do que isso, é proibido. Se meu entendimento (leigo) não é falho, suponho que a presença do se simplesmente assinalaria a voz passiva ou o índice de indeterminação do sujeito (conforme o caso), daí a dúvida quanto a uma estrita proibição de seu uso em decorrência do infinitivo impessoal.
No entanto, o assunto trouxe-me outra dúvida, para mim mais difícil ainda de resolver. A linha de pensamento exposta acima, se correta, aplicar-se-ia ao gerúndio também? Dizendo de outro modo, o gerúndio pode tornar o índice de indeterminação do sujeito e o pronome apassivador se igualmente dispensáveis? Apresento alguns casos a seguir e sobre eles gostaria de perguntar se o se é necessário, facultativo ou, até mesmo, proibido.
1) «Levando-se em conta a crise, bom seria aumentar a poupança.»
2) «A obra desses poetas, considerando-se o pouco que viveram, é vastíssima.»
3) «Pensando-se em casos como o dele, não pode haver dúvidas quanto ao perigo de fumar.»
4) «Vivendo-se, daí vem a paciência.»
Muito obrigado.
Parabéns pelo site!
Gostaria de saber qual é a transitividade do verbo caber em: «Cabe aos políticos abraçarem, à medida de Cristóvam Buarque, o ensino como "causa" e não terem receio de serem taxados de "enfadonhos".»
Se for possível explicar todo o período...
Grato.
Qual é a forma correcta: «o financiamento da inovação empresarial», ou «o financiamento à inovação empresarial»?
Muito obrigado.
Gostaria de saber se na estrofe abaixo a conjugação do verbo ufanar está correta ou não e por quais motivos:
«Teu passado e teu presente se irmanam
E se enlaçam, ainda, com os anos do porvir...
És pequeno, mas, contudo, te ufana:
De modelo para a Pátria hás de um dia servir!»
Obrigada.
Será «coevo "a"», ou «coevo "de"»?
Agradeço que me esclareçam sobre o modo mais correcto de dizer:
a) «... nem um gesto nem uma palavra conseguem resgatá-lo à banalidade»
ou
b) «... nem ... .... ... resgatá-lo da banalidade»
Qual das preposições é mais correcta?
Muito obrigada.
Estou a rever um resumo de mestrado, e a colega usou a seguinte frase: «Este trabalho visa estudar..., constituindo-se um estudo exploratório.» O uso do reflexivo está correcto? Não seria necessário escrever «constituindo-se como um estudo» ou, em alternativa, «constituindo um estudo»? Reparei que há diversas ocorrências com esta expressão na Internet, mas são sobretudo de páginas em português do Brasil. Alguém poderia esclarecer-me esta situação?
Muito obrigada!
«As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 150 cm de altura devem ser seguras por sistema de retenção homologado» é parte de uma norma do Código da Estrada (55.º n.º 1). Quer isto dizer que uma criança com 12 anos ou mais e menos de 150 cm — ou a inversa: menos de 12 anos e mais de 150 cm — também deve usar sistema de retenção, ou já não precisa de o usar? Do ponto de vista estritamente linguístico, qual é o significado da partícula conjuntiva e nesta frase?
Obrigado.
Agradecia que me informassem como é que se deve escrever:
«Ficaremos encantados de receber V. Exa. no nosso escritório», ou «Ficaremos encantados em receber V. Exa. no nosso escritório»?
Tenho observado o uso frequente da locução adverbial «às pressas». Qual é a posição da norma em relação a isso?
Obrigado.
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