Numa série, para indicar a posição imediatamente a seguir à sexagésima nona, tenho escrito septuagésima. Porém, gostaria de saber se (à luz do acordo ortográfico) deverei escrever "setuagésima"?
Como se diz em português? «Resposta/atitude ameaçante» ou «ameaçadora»? «Resposta/atitude intimidante» ou «intimidatória»? «Reagiu de forma insultante» ou «insultuosa»? Ambas as formas são aceitas em cada exemplo?
Obrigado de antemão pela ajuda dispensada.
Como se designam os naturais de Carnicães (concelho de Trancoso, distrito da Guarda)?
Na frase «O João magoou-se», o verbo é transitivo ou intransitivo?
Tenho um colega que documenta a maneira como as pessoas falam em uma vila. Lá, há pessoas que costumam usar «pá pá pá». Elas fazem construções como:
«Encontrei fulana no mercado e ela disse que está muito feliz, que seu filho estuda Medicina, que a namorada dele é linda e "pá-pá-pá".»
Qual seria a melhor maneira de classificar este tipo de construção? Há alguma figura de linguagem que se enquadre nesse caso?
Não poucas vezes, ouvi dizer, de brasileiros, “abissurdo” ou inguinorante”, mas sempre levei estes casos de anaptixe[1] à conta de agramaticalidades tipicamente brasileiras (tanto quanto sei, de origem africana ou mesmo angolana).
Quando, porém, ouvi senadores a pronunciarem o impeachment como “impichiment”, na sessão do Senado em que foi votada a exoneração da Presidente Dilma Roussef, perguntei-me se se tratava duma agramaticalidade ou, antes, de um brasileirismo, já enraizado na variedade brasileira do português. Agora, no discurso de tomada de posse de Jair Bolsonaro, ouvi-o dizer “corrupição” em vez de corrupção.
Gostava de saber, do Ciberdúvidas, se esta anaptixe é uma agramaticalidade fonética ou é um brasileirismo, já registado como aceite na variedade brasileira do português.
[1 N. E. – O termo anaptixe denomina «[a] epêntese de vogal no interior de um grupo consonantal (p.ex.: latim febrariu > português fevreiro > fevereiro; tramela > taramela; no português informal do Brasil, diz-se peneumonia por pneumonia, adevogado por advogado); suarabácti» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2001). Por epêntese, entende-se a inserção de qualquer som no meio de palavra (português antigo cheo > português contemporâneo cheio; latim stella > português estrela) ou entre palavras (a água > português regional a i água) – Cf. Dicionário Terminológico. Segue- se a resposta da professora brasileira Eliene Zlatkin, a quem agradecemos o contributo.]
Saudações cordiais de além-mar! Há algum tempo que estou a acompanhar vosso sítio de esclarecimentos sobre o português. Agradeço-vos imensamente pela riqueza linguística que é apresentada aqui.
Sei que a maioria, senão quase todas as apalavras iniciadas por (AL) têm origem árabe, tanto é que meu sobrenome se grafa desta forma:
«Albuquerque». Estudo português europeu, desde que adquiri o livro de professor António Emiliano: «Fonética do Português Europeu - Descrição e Transcrição». Esse fenómeno de abertura da vogal (A) átona nessas palavras ocorre por quê? (algodão, alqueire, alfazema). É tradição da língua pronunciá-las abertas devido a origem árabe? De qualquer modo, em «nacional, estadual, especial», etc. Ocorre o mesmo. Obs.: Coloquei as setinhas («») no lugar das aspas porque estava a aparecer um código estranho. Muito obrigado!
Posso usar a expressão «dor no baixo-ventre» tanto para homem como para mulher?
Nos nomes dos religiosos, após Padre "X", Frei "Y", Fulano "Z", os religiosos inserem um código de duas letras, de significado nebuloso e que não vejo em lado nenhum explicado. Uns escrevem "SJ" após o nome; outros apõem "SI", [...] e outras siglas ainda. Contrariando todas as regras do bom uso de siglas, eles não as explicam em lado nenhum, assumindo – erradamente – que toda a gente as saberá ou deverá saber, coisa de que eu duvido muito. O que significarão, ao certo, essas siglas misteriosas?
Mãe e pai, etimologicamente, são provençalismos, arabismos, latinismos arabizados (ou berberizados?), “infantilismos” (por apócope da 2.ª sílaba de madre e padre e ditongação da vogal da 1.ª sílaba?), ou outra coisa?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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