«– Mui distintos cavalheiros, tenho eu já escutado a interessante conversação que tendes entabulado. Forçoso é, no entanto, que agora vos interrompa para oferecer-vos algo que seria de bom alvedrio examinardes.»
Na frase acima, está correto o infinitivo flexionado examinardes?
Obrigado.
«Imaginemos, não o diálogo, que esse já aí ficou, mas os homens que o sustentaram, estão ali frente a frente como se se pudessem ver, que neste caso nem é impossível, basta que a memória de cada um deles faça emergir da deslumbrante brancura do mundo a boca que está articulando as palavras,...» José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, pág. 180
Gostaria muito que me dissessem se o que da proposição «que neste caso nem é impossível» no texto de Saramago faz parte da locução o que, e ipso facto, equivale a isto, e essa mesma construção poderia ser vista como relativa apositiva, ou, se se trata de um que causal segundo pensa o gramático brasileiro Napoleão Mendes de Almeida.
Agradeço-vos, desde já, não só a minha resposta mas também o vosso trabalho monumental.
Muito obrigada!
Como se diz:
«Famílias obrigadas a pedirem ajuda» ou «famílias obrigadas a pedir ajuda»?
Com vista à corroboração da conformidade de frases passivas que integrem o verbo mandar com a norma-padrão, proponho a análise sintática de um período de um romance coetâneo, As Viúvas de Dom Rufia, de Carlos de Campaniço: «Uma cadeira foi mandada buscar para a prima Joaquina, (...)».
Por norma, quase todos os verbos transitivos diretos permitem uma formulação ativa e passiva. Contudo, estou em crer que, a despeito da elaboração romanesca, estejamos, provavelmente, perante uma inapropriada identificação, ensaiada pelo narrador, do complemento direto, como se este correspondesse a «cadeira», no lugar de uma oração subordinada substantiva completiva não finita, conforme pode ser ilustrado por uma construção ativa da mesma frase «Ela mandou ir buscar uma cadeira», em que «ir buscar uma cadeira» desempenha a função sintática de complemento direto, podendo ser substituído por isso ou, eventualmente, permutada por uma conjunção subordinativa completiva, procedendo-se, então, às alterações necessárias. Não obstante, não tenho a certeza de que estas cogitações da minha parte sejam completamente consentâneas, pelo que peço o vosso parecer.
Obrigado.
Tenho a seguinte dúvida e lhe agradeço a ajuda. Na frase «depende de onde você morar», esse «morar» seria infinitivo pessoal ou futuro do subjuntivo?
Obrigada.
No período «[são] estes os esclarecimentos que nos cabia(m?) prestar...», o verbo caber é flexionado, ou não? O sujeito é o que?
Obrigada.
A RTP tem um novo programa intitulado A minha mãe cozinha melhor que a tua. Não devia ser "A minha mãe cozinha melhor do que a tua"?
Obrigada.
Eu queria saber se o verbo dizer no infinitivo é regido de que:
«Se tu queres assim, quem sou eu para dizer que não», ou «se tu queres assim, quem sou eu para dizer não»?
Veja-se a seguinte frase:
«Esta não é notícia que se possa nem se deva divulgar.»
Veja-se esta outra (em que se altera a posição do advérbio não):
«Esta é notícia que não se possa (pode) nem se deva (deve) divulgar.»
Minha dúvida se situa justamente sobre a aparente necessidade de se empregar o tempo no indicativo (que me parece soar melhor) em virtude da simples modificação da posição do advérbio na frase.
Gostaria de um esclarecimento, o qual desde já agradeço.
Na frase «a imagem desapareceu do espelho», a expressão «do espelho» desempenha a função de complemento oblíquo, ou de modificador do grupo verbal?
Muito obrigada.
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