Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Tomás Santos Estudante Porto, Portugal 8K

Antes de mais, agradeço a atenção e a existência deste espaço de ajuda aos falantes da língua portuguesa.

A minha questão está relacionada com a conjugação pronominal, principalmente nas frases interrogativas. Que regras se aplicam para este tipo de frases?

Por exemplo, diz-se «Podia nos dar isso?», ou «Podia dar-nos isso?»? E diz-se «Podia no-lo dar?»?

Ana Silveira Professora Lisboa, Portugal 8K

Num manual de apoio à disciplina de Português, encontrei o exercício que passo a transcrever:

«Ler um autor é criar um novo texto, saído do que lemos, através de uma leitura original, valorativa deste ou daquele aspeto que nos encontra ou nos agride, semelhante ou diferente de nós, da nossa maneira de ser e de estar, das nossas inquietações e aspirações, usufruindo do Escritor, das múltiplas vias, por ventura nem sempre conscientes, que nos franqueia das sugestões, da riqueza imaginativa, da sua capacidade de observar e interpretar o mundo e os outros. (…)»

Em «que nos franqueia», o antecedente do pronome que é...

a) (d)o Escritor.

b) conscientes.

c) (d)as múltiplas vias.

d) nossas inquietações e aspirações.

Gostaria de saber se a resposta correta é «d(o) Escritor» ou «(d)as múltiplas vias», sendo que, neste caso, há um erro de concordância verbal.

Maria de Fátima da Costa PInho Carmo Professora Arouca, Portugal 3K

Na frase «Eles tinham-lhe caído e tinha outros novos», a palavra outros é um pronome demonstrativo?

Francisco Lopes Estudante Gaia, Portugal 6K

Na expressão «Levai-me àquele barco», o me tem a função sintática de complemento direto ou indireto?

Ana Romão Estudante Porto, Portugal 35K

Surgiu-me a seguinte dúvida: na frase «O João deu o livro aos pais», se quisermos substituir o GN «o livro» pelo pronome pessoal o, com a função sintática de complemento direto, e o GP «aos pais» pelo pronome pessoal lhes, com a função de complemento indireto, e depois quisermos contrair os dois pronomes, como é que fica a frase?

Daniel Dimas Pelição Funcionário público Bauru, Brasil 9K

«Amigos é o que não lhe falta.»

Nessa frase, o predicativo do sujeito é o pronome demonstrativo o? «Que não lhe falta» é oração subordinada adjetiva?

Wildes Bruscato Advogado Moji Guaçu, Brasil 43K

Deparei-me com o nome de música Foi Deus quem fez você, construção que acredito ser acertada; entretanto, a cantora Amelinha canta: «Foi Deus que fez você.»

Podem tirar-me a dúvida do emprego de que ou quem? E porquê?

Gina Venâncio Professora do 1.º ciclo Seia, Portugal 59K

Na frase «Eles comeram o peixe», Eles considera-se sujeito simples, ou composto?

Tomás Rosa Bueno Tradutor Bariloche, Argentina 17K

Tenho visto várias respostas a consulentes em que se afirma que o uso de ele como objeto indireto precedido de preposição é "agramatical" ou francamente "errado".

Sei que em Portugal o "uso" indica as formas sintéticas lhe, te, me em vez das analíticas «a ele/ela», «a mim», «a ti/você», mais comuns no Brasil. A minha primeira dúvida é: desconsiderando-se o "hábito" e atendo-se estritamente aos aspectos lógicos/formais da gramática, o que seria errado no uso das formas analíticas em detrimento das sintéticas?

Além dos casos óbvios, e dada a impossibilidade "técnica" de se enfatizar um pronome átono, como se resolveria em Portugal a ênfase em uma frase como «Disse a mim, não a ele», com a redundância «convidou-me a mim»? E a segunda parte, «não a ele», como ficaria?

A segunda dúvida é: nos exemplos da resposta à pergunta 13 634, diz-se que a frase «E eu lhe darei toda a eternidade» seria correta tanto em PE como em PB, porque «pode ser considerada enfática, pelo uso do pronome pessoal sujeito». Se o pronome pessoal sujeito pode, portanto, ser considerado como atrator de próclise, o que estaria "errado", mais uma vez do ponto de vista estritamente lógico/formal (no sentido de "contrário às regras gramaticais formais", não no de "contrário ao uso em Portugal"), na próclise empregada comummente no Brasil em construções como «Ele me disse» ou «Eu te disse que isso estava errado» ou ainda «Ela me odeia»?

Paulo Aimoré Oliveira Barros Servidor federal Garanhuns, Brasil 8K

Sempre estudei que a gramática e o bom senso nunca abonaram a construção se (com função de sujeito) e o pronome o e suas flexões a, os e as (objeto direto), por ser contrária à índole da língua portuguesa.

Uma questão de concurso público, entretanto, afirmou que a construção «podem ser descritas» equivale à construção «pode-se descrevê-las».

Ora, esta última maneira de construir fere precisamente a norma gramatical supramencionada, porquanto o pronome se está claramente exercendo a função de sujeito da locução verbal ou conjugação perifrástica «pode descrever». Conforme tudo o que pude equilibradamente compreender ao longo de mais de vinte anos de dedicação a estudos gramaticais, o modo correto de escrever o equivalente a «podem ser descritas» é «podem-se descrever» ou «podem descrever-se».

O torneio «pode-se descrevê-las», além de agredir hediondamente a tradição gramatical e o gênio da língua portuguesa estreme, não me parece nada passivo, uma vez que o se (função francesa) está desempenhando a função de sujeito, o que vai também de encontro à origem do idioma português (o se do latim não exercia a função nominativa).

Importa-me saber a vossa opinião a respeito dessas considerações.