Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Silas Camilo Monteiro Cardozo Vendedor São José dos Campos, Brasil 4K

Caros amigos, minha dúvida é referente a um parágrafo de um livro que estou lendo. Eis o parágrafo:

«Na noite anterior ao desabamento, em Friuli, da represa Vajont, em 9 de outubro de 1963, provocando uma imensa catástrofe, ouviram-se estalos que provinham daquele lado, sem que ninguém fizesse caso.»

Quando li pela primeira vez o texto, entendi que 9 de outubro de 1963 era a data do desabamento da represa. Ao ler outra vez o mesmo texto, entendi que a data de 9 de outubro de 1963 era referente à "noite anterior ao desabamento". Nesse tipo de estrutura textual, qual a interpretação correta a se fazer? Que tipo de estrutura é essa?

Desde já agradecido, despeço-me com um fraterno abraço!

David Bento Estudante São Bernardo do Campo, Brasil 20K

Recentemente, deparei-me com um tópico envolvendo a escrita no nosso idioma que acabou por me gerar duas dúvidas próximas entre si, por isso tomo a liberdade de apresentá-las em conjunto ao Ciberdúvidas. Trata-se do uso do se junto a verbos no infinitivo e no gerúndio (excluindo da discussão verbos pronominais/reflexivos, que sem dúvida exigiriam o se).

Fui informado que em diversos casos envolvendo o infinitivo impessoal, já carregando ele impessoalidade e valor passivo, será dispensável o uso do se tanto como índice de indeterminação do sujeito quanto como pronome apassivador. Cito alguns exemplos: «Fazer o bem é importante» (e não «Fazer-se o bem»), «Osso duro de roer» (e não «duro de roer-se»), «Hora de chamar a polícia» (e não «de chamar-se a polícia»). Gostaria de perguntar se, em casos como esses, o uso do se é meramente dispensável ou, mais do que isso, é proibido. Se meu entendimento (leigo) não é falho, suponho que a presença do se simplesmente assinalaria a voz passiva ou o índice de indeterminação do sujeito (conforme o caso), daí a dúvida quanto a uma estrita proibição de seu uso em decorrência do infinitivo impessoal.

No entanto, o assunto trouxe-me outra dúvida, para mim mais difícil ainda de resolver. A linha de pensamento exposta acima, se correta, aplicar-se-ia ao gerúndio também? Dizendo de outro modo, o gerúndio pode tornar o índice de indeterminação do sujeito e o pronome apassivador se igualmente dispensáveis? Apresento alguns casos a seguir e sobre eles gostaria de perguntar se o se é necessário, facultativo ou, até mesmo, proibido.

1) «Levando-se em conta a crise, bom seria aumentar a poupança.»

2) «A obra desses poetas, considerando-se o pouco que viveram, é vastíssima.»

3) «Pensando-se em casos como o dele, não pode haver dúvidas quanto ao perigo de fumar.»

4) «Vivendo-se, daí vem a paciência.»

Muito obrigado.

Parabéns pelo site!

Adriana Silva Revisora Lisboa, Portugal 3K

Gostaria de vos pedir um esclarecimento a respeito da seguinte frase: «Ou este óleo se procura situar num momento anterior à ruína das muralhas, ou a ruína não é levada à letra, uma vez que estas estão, aqui, intactas.» O emprego do determinante demonstrativo estas está correcto? Ou, por estarmos a fazer referência ao substantivo muralhas, deveríamos escrever aquelas?

Obrigada pela vossa ajuda.

Joaquim Vitorino Técnico de estatística Lisboa, Portugal 10K

É correcta a afirmação: «Ela (a empregada de limpeza) vai-me lá a casa duas vezes por semana»? A expressão «vai-me» não me soa bem!

Agradeço o esclarecimento.

Maria Bolton Professora de Português Língua Estrangeira Luton, Inglaterra 14K

É correcto usar ambos com o verbo na 1.ª pessoa do plural, ou só se dever usar com a 3.ª pessoa do plural?

Ex.: «Ambos vamos ao teatro no sábado.»
«Ambos vão ao teatro no sábado.»

Obrigada.

Elisabete Santos Estudante Coimbra, Portugal 38K

Em textos escritos por mim (trabalhos e coisas similares), os professores corrigem-me quando escrevo «eles próprios» em vez de «eles mesmos» e vice-versa.

Mas qual a diferença, se a houver, e qual a regra para o seu uso?

(Aparte: creio até que o F. Pessoa dizia qualquer coisa sobre isto.)

Marco Aurélio Piscitelli Servidor público Porto Alegre, Brasil 57K

«Para tu [ou ti?], que és notívago, vale conferir a chuva de meteoros que vai acontecer às três da madrugada.»

A interposição de oração subordinada adjetiva explicativa deixou-me com alguma dúvida quanto ao uso do pronome pessoal, reto ou oblíquo. Por favor, elucidem a questão.

Grato.

Ana Silveira Professora Lisboa, Portugal 7K

Gostava de saber qual das seguintes frases está correcta:

1. «Os ingleses eram muitos mais do que os franceses.»

2. «Os ingleses eram muito mais do que os franceses.»

Muito obrigada.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 9K

«E se o barco afundar, vamos fazer o que (quê), Presidente?»

Acentua-se ou não o que acima?

Obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 7K

Em 14/7/2010, em consulta feita por Artur Crisóstomo, afirma ele que «num desses sítios encontrei a seguinte regra: quando uma preposição antecede o pronome relativo, caso [a preposição] possua uma sílaba usa-se que ou quem, caso possua duas ou mais sílabas usa-se qual. Deram os seguintes exemplos: «O homem com quem falei era muito rico» e «O restaurante sobre o qual te falei foi comprado pelo meu irmão.»

No que tange a essa regra, que já vi citada na Nossa Gramática, do prof. Luís Antônio Sacconi, afirma o prof. Carlos Rocha que «A respeito da relevância do número de sílabas para a selecção de pronomes relativos, tenho a dizer não existe a regra encontrada pelo consulente: 3 – «O homem OK com quem/OK sobre quem falei era muito rico.» 4 – «O restaurante OK sobre o qual/OK no qual te falei foi comprado pelo meu irmão.» No exemplo 4, já que tal regra não existe, poderíamos dizer e escrever «O restaurante sobre que te falei foi comprado pelo meu irmão»? A propósito, após a preposição sob também só se admite o qual. Ex.: «Era uma ponte em arco, sob a qual corriam águas remansosas.»

Obrigado.