DÚVIDAS

Ainda a colocação do pronome com para + infinitivo
Antes de deixar a minha dúvida, gostaria de expressar a minha admiração e a minha gratidão pelo vosso trabalho. Muito obrigada! Outro dia, conversava com umas companheiras e surgiu-nos uma dúvida com a seguinte frase: «Mal posso esperar para receber-te.» Ficámos a pensar se não seria mais correto dizer: «Mal posso esperar para te receber.» Chegámos a discutir o seguinte: que é correto colocar o pronome antes do verbo, porque o verbo está no infinitivo e é antecedido da preposição para. Uma colega disse que as preposições atraem o pronome para antes, exceto a preposição a. Outra colega afirmou que se pode usar o pronome antes ou depois, mas que é mais natural e coloquial que o pronome venha antes do verbo. Eu, pessoalmente, penso que, pelo facto de o verbo estar no infinitivo, também é correto usar o pronome depois do verbo. Resumindo, não chegámos a nenhuma conclusão e, por isso, deixo aqui a minha dúvida. Mais uma vez, muito obrigada!
Oração subordinada adverbial consecutiva reduzida: «Comemos a enjoar»
Consultando o dicionário de sinônimos da língua portuguesa, de Rocha Pombo, eis que me deparo com o seguinte abono no verbete da preposição a: «Comemos a enjoar.» Sei que essa preposição, ao introduzir orações infinitivas, relaciona noções circunstanciais de condição ou tempo concomitante e, a meu ver, este contexto não permite perceber nenhuma dessas circunstâncias. Para mim, essa oração seria parafraseável por: «Comemos tanto que enjoamos ou comemos a ponto de enjoar.» Assim, por favor e se possível, peço um parecer sobre a correta interpretação para esse uso deste vocábulo em apreço.
Preposições com que e se
Tenho uma dúvida sobre o uso da preposição em frases como: «Em uma conversa, esteja atento a se o seu interlocutor lhe entende.» «O professor estava atento a que ninguém colasse na prova.» «Ela mostrou-se grata a que a ajudassem naquele momento difícil.» Esse uso da preposição antes de que ou se é realmente natural no português, ou soa artificial? Pergunto porque, ao ensinar esse ponto aos alunos, a construção lhes pareceu estranha ao ouvido. Gostaria também de saber se há outros exemplos com outras preposições (como para, em, com) usadas antes de orações introduzidas por que ou se, para compreender melhor a extensão desse uso. Poderiam esclarecer a correção dessas construções e indicar bibliografia onde essa questão esteja tratada, de preferência com páginas específicas? Muito obrigado.
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