Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Rita Bernardo Doméstica Amadora, Portugal 1K

Gostaria de saber qual a diferença entre «um cesto de ovos» e um «cesto com ovos»?

Grata pela vossa atenção e disponibilidade.

Lobo do Olival Informático Portugal 1K

Sei que as conjugações verbais na segunda pessoa do plural são cada vez mais raras, principalmente na parte mais sul do país, incluindo-me, eu, nesses que não as empregam de forma natural no seu cotidiano.

Para contextualizar a minha questão proponho a análise de duas frases:

«Não se esqueçam.»

«Não vos esqueçais.»

A primeira é aquela que é mais comum nos dias de hoje e a segunda é aquela que, no meu entender, estaria, formalmente, mais correcta.

A minha questão é:

Como é que se deu esta evolução? Deveu-se à repetição recorrente de um "erro" até ao ponto em que foi integrado e aceite como correcto ou a sua forma pode ser considerada correcta?

Obrigado.

 

O consulente escreve conforme o Acordo Ortográfio de 1945.

Flávio Gomes Instrutor de Inglês Brasil 1K

Dicionário Online de Português mostra que o verbo convir, em todas as suas acepções, é transitivo indireto, e, como exemplo na acepção de «demonstrar concordância ou entrar num acordo», cita a frase: «Convenho que estejas certo.»

Minha dúvida é: visto que ele é transitivo indireto, a frase correta não deveria ser obrigatoriamente «convenho EM que estejas certo»?

Obrigado!

Nicolau Herédia Estudante Brasil 750

No Extremo Oriente existe uma ilha, a ilha de Takeshima. O nome assim escrito, como se vê, não está aportuguesado.

Procurei a natural e possível forma “Taquexima” no Google, e, embora em nenhum texto recente estivesse presente essa forma, surpreendentemente a encontrei num escrito chamado «Cartas qve os padres e irmãos da Companhia de Iesus escreuerão dos Reynos de Iapão & China aos da mesma Companhia da India, & Europa des do anno de 1549. até o de 1580».

Será passível de consideração essa grafia aportuguesada, mesmo que antiquíssima?

Será que não se usou noutros textos fora dos meios virtuais?

Nelson Brás Tradutor Figueira da Foz, Portugal 2K

a) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte possam ser lidos de forma clara e de que a imagem não contenha partes desfocadas ou afetadas por reflexos»;

ou b) «Certifique-se de que os dados do seu passaporte podem ser lidos de forma clara e de que a imagem não contém partes desfocadas ou afetadas por reflexos»?

Apesar de já ter lido uma resposta sobre este tema [...], confesso que as frases acima me deixam um pouco confuso quanto à possibilidade de utilização do conjuntivo, uma vez que o elemento de «certeza/realidade/facto» não é claro:

1 – A ação que condiciona a boa leitura do documento ainda não foi realizada;

2 – Subentende-se, com facilidade, que o leitor terá de fazer mais do que «certificar-se de que». Nomeadamente, terá de se esforçar por obter uma digitalização correta do passaporte. Ou seja, a expressão «certificar-se de que» comporta um significado mais abrangente do que um simples «verifique se está tudo bem»;

3 – Existe sempre a possibilidade de o leitor não seguir o conselho (por esquecimento, etc.).

Os elementos acima remetem-nos para outra explicação: «o emprego do subjuntivo também indica que uma ação, ainda não realizada, é concebida como subordinada a outra, expressa ou subentendida, de que depende diretamente». Por conseguinte, sinto-me tentado a considerar que a utilização do conjuntivo na frase a) é correta.

Estarei equivocado?

Grato pela atenção.

Carlos Cruchinho Docente Viseu, Portugal 903

Abísmico – esta palavra existe na língua portuguesa?

Lucas Tadeus Oliveira estudante Mauá, Brasil 785

No Brasil, pelo menos, se diz muito «Ele quebrou os copos TUDO», mas também «Ele quebrou TODOS os copos».

Por que, estando o pronome no fim, há a mudança de um por outro?

É errada a primeira alternativa?

Daniel Camargo Professor Limeira, Brasil 838

Na expressão «rumo a Canaã» (em referência à Canaã bíblica), ocorre ou não crase?

Para mim, não há, porque «quem vai a Canaã e volta de Canaã – acento para quê?», mas, em diversos textos acadêmicos e jornalísticos confiáveis, vi o contrário, o que abalou minha convicção.

Grato.

Júlio Borges Moura Guia em museu Ribeira Grande, Portugal 808

Qual é a designação de um habitante da freguesia da Ribeira Seca, da Ribeira Grande (Açores)?

Pedro Melo Médico Porto, Portugal 1K

Qual seria a melhor tradução para português da palavra inglesa perfunctory?...

Em várias traduções surge como significando «superficial», «descuidado», «apressado» ou até «negligente». Aparentemente estes termos corresponderão ao significado do latim tardio perfunctōrius, no entanto esta palavra não terá tido um correspondente na língua portuguesa (que poderia ser útil).

Aplicar-se-á melhor a expressão «por mera formalidade»? (Oxford Languages) Estará mais dependente do contexto?

Parece-me que no inglês há uma componente interessante e algo distinta, frequentemente aplicada, que corresponde a algo executado meramente como rotina ou pró-forma («performed merely as a routine duty»), porque tem de ser feito, mas associado a uma conotação mais negativa de claro desinteresse, de evidente falta de empenho e até irrelevância efetiva para o executante.