Sempre para a preparação da minha tese estudei que em 1975 houve um projecto de acordo ortográfico entre a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras. Queria saber se está disponível o texto deste projecto.
Muito obrigada.
Sou uma estudante italiana de português. Estou a escrever a minha tese de licenciatura em língua portuguesa sobre o acordo ortográfico.
Queria saber se os senhores me podem indicar onde encontrar (melhor em formato digital) o texto da reforma de 1911 e do acordo de 1931.
Muito obrigada.
Aprecio muito o Ciberdúvidas!
Pergunto se, dada a instabilidade da matéria, será lícito avançar-se com grafias que remetem para um acordo ortográfico que não tem (ainda que se atente tão-somente à sua implantação legal) pernas para andar? Como é patente em certas respostas do Ciberdúvidas...
Não será aqui o caso de se querer dar um passo maior que a perna?
Qual é então o intuito?
Meu questionamento é sobre como serão elencadas as palavras que perderão as consoantes mudas no caso de haver diferenças entre Portugal e Brasil.
Vi uma nota na pergunta: Novo acordo, marcação de erros ortográficos afirmando que no novo acordo se escreveria respetivas.
Contudo respectivas em PB não possui c mudo.
Em outras respostas do Ciberdúvidas também percebi consoantes que não são mudas no Brasil sumindo.
Em PE, o c não é pronunciado em respectivas?
Ponho-me a pensar onde mais teríamos consoantes mudas em PE e não em PB. Ex.: Obsoleto, perspectiva, etc.
Segundo a Mordebe, as palavras "setorizar" e "setorização" não são aconselháveis em Portugal após a entrada em vigor do Acordo Ortográfico. Apreciaria que confirmassem esta informação, tendo a bondade de ver a "Lista de todas as palavras que mudam".
Muito obrigado.
Escreve-se "intergeracional", ou "inter-geracional"?
Durante a fase de transição, quando é que um professor/corrector de provas (v. g. exame nacional) deve assinalar erro e penalizar o aluno/examinando em palavras com biortografia?
A dúvida que se segue refere-se ao Acordo Ortográfico. Concordo em certas partes com o mesmo e discordo noutras. Contudo, há um certo aspecto que me tem vindo a incomodar.
Compreendo, e até concordo, que se façam mudanças que aproximam a escrita da oralidade, como em «acto», que passa a «ato», ou «actual», que passa a «atual». Compreendo também, embora discorde, que se afaste a escrita da oralidade em casos muito consagrados pelo uso, nomeadamente a desaparição do trema. Contudo, não consigo compreender mudanças que afastam a oralidade da escrita quando não são consagradas pelo uso. Parecem-me mudanças negativas.
Por exemplo, a palavra heroico (sem acento ortográfico no «o») não teria a pronúncia esperada de /eˈrojku/ em vez de /eˈrɔj.ku/? Idem para jibóia, bóia, et cætera. Não seria expectável, visto que as duplas grafias pululam no novo Acordo (e muito bem, do meu ponto de vista), que se mantivesse a saudável e indolor dupla grafia também nestes casos? Ou haverá, porventura, alguma regra que permita distinguir quando se pronuncia a vogal na sua versão aberta e quando se pronuncia na sua versão fechada?
(O que me traz, como aparte, uma nova dúvida: qual é a pronúncia expectável das vogais ‹o, e› quando tónicas, não acentuadas e regulares? Será /o,e/ ou /ɔ, ɛ/? Ou será a diferença puramente aleatória?)
Outro ponto em que o Acordo Ortográfico falha, aparentemente, em melhorar a aproximação entre a oralidade e a ortografia, dá-se na questão da tão comentada supressão das consoantes mudas. Ora, aplaudo-a quando se dá em palavras como acto e actual, em que se trata, de facto, de uma redundância totalmente desnecessária. Mas e quanto a casos como acção, accionar, correcta e vector? Não se tratará a consoante muda, aqui, de algo mais que uma superficialidade descartável, para passar a ser uma necessidade à pronúncia correcta das palavras? Pois se pronunciamos /aˈsɐ~w~/ no lugar de /ɐˈsɐ~w~/, /asiuˈnar/ em vez de /ɐsiuˈnar/, /kuˈRɛtɐ/ por oposição a /kuˈRetä/ e /vɛˈtor/ em vez de /vɨˈtor/! Estaremos perante mais um caso em que o Acordo Ortográfico, no lugar de aproximar a ortografia da oralidade, as afasta, ou haverá algures uma regra ortográfica que permita, através da grafia, prever que a vogal é aberta naquelas posições específicas?
Sem mais, agradeço antecipadamente a resposta.
Saudações, Sr. Silvas Filho,
Mando-lhe um e-mail porque creio que pode colaborar com minha reportagem. Trata de questões relativas ao acordo ortográfico. Por favor, responda (é-nos importante ter a visão de alguém de Portugal).
1 — Parece haver uma confusão, pelo menos da parte da discussão brasileira, entre as noções de acordo ortográfico e de mudança ortográfica, como se apenas um país estivesse alterando a ortografia. Há falta de esclarecimento na proposta do acordo? Porquê? Essa questão foi levantada em Portugal?
2 — Pode considerar um pouco os argumentos pró-acordo (fortalecimento do português como língua internacional, abertura do mercado editorial, criação de uma unidade mais forte entre os signatários do acordo, etc.) e antiacordo (obsolescência súbita de livros, conseqüências nas pronúncias ao longo prazo, condição desleal de concorrência editorial, pasteurização da escrita, etc.).
3 — Fala-se muito em sentido político-econômico (ou politicoeconómico...) do acordo, pelo que li em muitos sites de Portugal, principalmente como um favorecimento ao Brasil. Como vê essa questão?
4 — Li um texto de José Eduardo Agualusa, às vezes parece que nas discussões acadêmicas se esquece os países africanos. Como vê isso?
5 — Tem mais alguma consideração a fazer?
Agradeço desde já.
Nas minhas aulas de linguística, aprendi que o sistema escrito é apenas uma tentativa de representação do sistema oral. Certamente que, no português europeu, tem havido outras reformas/acordos ortográficos que foram alterando as regras de escrita. Gostaria de saber quais foram as principais reformas/acordos ortográficos na história da língua portuguesa (variante europeia) e quais as principais alterações por eles levadas a cabo.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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