Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Variedades linguísticas
Sebastião Oliveira Engenheiro Oeiras, Portugal 5K

Reparo que o Acordo Ortográfico tem pronúncia diferente para Portugal e para o Brasil na palavra micrometro. O Brasil adopta "micrometro" com acento em metro, o que dá melhor informação que a versão micrómetro. Por que razão não adotamos a versão brasileira que decompõe a palavra no prefixo micro (mil) + metro (unidade de comprimento).

Creio que seguimos uma regra gramatical, mas aqui deveria haver excepção.

É um pequeno nada, mas seria revelador duma atitude.

PS — Mais uma vez vos solicito que se proponham fiscalizar/ajudar os media TV e rádio que tanto mal fazem à Língua.

Carla Pires Estudante Lisboa, Portugal 12K

Gostaria de saber qual a diferença entre variante dialectal, dialecto e língua.

Carla Lopes Professora Funchal, Portugal 10K

A palavra confete é correcta? Se não, como se escreve a palavra?

Maria de Fátima Biscaia Gestora Lisboa, Portugal 13K

Conheci a palavra morabeza em Cabo Verde. Gostaria de saber a origem desta palavra e em que países lusófonos é utilizada.

Já fiz algumas pesquisas, mas nada encontrei.

Agradeço antecipadamente.

João C. G. Pais Estudante Lisboa, Portugal 7K

Gostaria de saber qual a origem da expressão «estar a apanhar bonés», ou «ir apanhar bonés».

Mais uma vez, obrigado.

Fábio Vasco Estudante universitário e operador de call center Quinta do Conde, Sesimbra, Portugal 8K

As palavras "adonde", "donde" e "inda" (que me soam mal) existem mesmo, ou deverá dizer-se "aonde", "de onde" e "ainda"?

Obrigadão uma vez mais!

João Xavier Estudante Auburn, EUA 6K

No português de Macau é utilizado o adjectivo misco para apelidar alguém de avarento, forreta. No entanto, não encontro esta palavra dicionarizada em nenhuma obra de referência.

Num sítio acerca da entrada pirangueiro, é mencionada a palavra misco como sendo sua sinónima.

Poder-me-ão esclarecer, então, sobre as origens da palavra misco, do seu uso, e porque não se encontra dicionarizada actualmente? É correcto utilizá-la?

Obrigado.

Vinicius Ducatti Escritor São Paulo, Brasil 12K

Nossa língua portuguesa é agraciada com vasta quantidade de sinônimos, o que é excelente quando existe dúvida quanto à gramática correta de um termo; porém, nos casos de cócegas e moreno, eu me vejo perguntando: há sinônimos?

O termo cócegas carrega uma conotação informal, quase infantil, parecendo-me inapropriada para algumas situações literárias... Vocês conhecem algum sinônimo, ou forma simples de se referir ao «efeito cócegas» de forma mais formal?

O termo moreno, ao menos no Brasil, carrega dois distintos significados: aquele de cor de pele entre branca e negra; ou aquele cujos cabelos são escuros — nem loiro, nem ruivo, nem grisalho. Quando se escreve, porém, uma metonímia para uma personagem que possua cabelos negros usando-se do termo moreno (ex.: «o moreno se viu aprisionado pela própria ignomínia») —, a conotação do brasileiro é associar moreno à cor da pele! Em outras línguas sei que há a raiz "bruno", tanto nas latinas quanto nas saxônicas, mas em português temos o termo "bruno", ou "bruneto" ou algum sinônimo para moreno que diga apenas respeito à cor escura dos cabelos?

Obrigado.

David Gonçalves Professor Barcelona, Espanha 3K

À pergunta de um consulente sobre uso do verbo ter em vez de haver (no sentido de «existir») respondeu-se que aquele «não é usado em Portugal com esse sentido». Apenas gostaria de referir que essa atribuição do sentido «existir» ao verbo ter verifica-se no falar da Madeira e o seu uso não é infrequente. Devo referir ainda que há vários fenómenos linguísticos tidos por muitos estudiosos (nacionais e internacionais) como típicos do português do Brasil, mas que existem nos falares da Madeira e dos Açores.

Poder-se-ão levantar aqui três questões: 1.ª Tratar-se-á de fenómenos tipicamente brasileiros assimilados posteriormente pelas nossas regiões autónomas (seria provável)? 2.ª Foram fenómenos levados por emigrantes madeirenses e, sobretudo, açorianos, pois sabemos que se fixaram em determinadas zonas do Brasil? 3.ª Virão todos de uma mesma forma portuguesa/continental disseminada simultaneamente por essas zonas durante a sua colonização? Em relação a este último ponto, lembro-me da típica simplificação dos pronomes átonos da terceira pessoa do complemento directo (substituição de -o, -a por ele, ela) que, independentemente de ser correcta ou não, é tida como típica do português do Brasil, podendo, no entanto, ser encontrada no português das nossas ilhas atlânticas e, curiosamente, em documentos portugueses de chancelaria régia medieval, onde já encontrei estruturas do tipo «mandei lavrar ele», referindo-se a um determinado documento.

É uma pena não haver um profundo estudo dos falares da Madeira e dos Açores, visto que nos poderíamos surpreender ou mesmo encontrar algumas janelas para formas pretéritas da nossa língua. Infelizmente, com a globalização do português a nível nacional, muitas dessas janelas já se terão fechado e outras estarão nesse processo (basta ouvir, nestas regiões, com que frequência as gerações mais novas repetem «antigamente dizia-se», «antigamente usava-se»).

Nuno Ralha encarregado Coimbra, Portugal 7K

Queria saber, se possível, o que querem dizer estas palavras; penso que são do dialecto ronga de Moçambique:

UM KULCA

O M´TCHOVELO

O CÔI

O BOTUVA DE FARINHA

CHICAFO

Sem outro assunto.

Obrigado.