A sintaxe do verbo julgar
Minha dúvida é sobre a regência do verbo julgar.
Trato comumente com questões de vestibular e, uma vez por outra, deparo-me com frequência com construções do tipo «julgue as afirmativas COMO verdadeiras ou falsas» e «julgue as afirmativas EM verdadeiras ou falsas». Qual está correta?
Como classifico as informações depois do como e do em? Trata-se de um predicativo do complemento direto nesse tipo de informação?
Os meus parabéns pela vossa excelente contribuição.
Uma oração proporcional adverbial num texto de Machado de Assis
«Mas, se tudo isso era espantoso, não menos o era a luz, que não vinha de parte nenhuma, porque os lustres e castiçais estavam todos apagados; era como um luar, que ali penetrasse, sem que os olhos pudessem ver a lua; comparação tanto mais exata quanto que, se fosse realmente luar, teria deixado alguns lugares escuros, como ali acontecia, e foi num desses recantos que me refugiei.»
O trecho acima foi pinçado do extraordinário conto "Entre Santos", do não menos extraordinário Machado de Assis (1839-1908).
O período todo proporcionaria uma alentada aula de sintaxe, mas me atenho somente à oração «quanto que teria deixado lugares escuros». Como analisá-la sintaticamente?
Muito obrigado.
O uso de «tal que»
A seguinte construção frasal está gramaticalmente correta?
«Essas funções, com formas ainda desconhecidas, são combinadas aos campos B e Q, respectivamente, tal que as seguintes identidades são construídas:[...].»
Ou seria, «Essas funções, com formas ainda desconhecidas, são combinadas aos campos B e Q, respectivamente, tais que as seguintes identidades são construídas:[...]»?
A classe de palavras de as em «as mesmas»
Na frase «Aquelas são as mesmas», a palavra «as» é determinante ou pronome?
O predicativo do sujeito na frase «viveu infeliz»
Na oração «Ele viveu infeliz», «infeliz» é predicativo do sujeito? Mesmo que o verbo viver não seja copulativo?
Obrigada desde já.
Preposições com a expressão «abrir fogo»
Diz-se «abrir fogo contra» ou «abrir fogo sobre»?
Obrigado.
O demonstrativo o numa frase de Júlio Dinis (II)
Quanto à resposta dada à consulta de Fernando Gaspar, em 30/9/2019, inclino-me a ficar com a impressão do consulente, em detrimento do parecer da consultora.
Se não, vejamos: o pronome o, a meu juízo, deve retomar um termo ou uma oração já referida, mas a oração já referida, no caso em tela, é «a irritação ditava-lhe uma violenta resposta», e não «dar uma violenta resposta» (a análise se deve fazer com o que está escrito, e não com ilações; do contrário, cada um poderia ter a sua e usar o pronome que lhe interessasse). Assim sendo, é impossível a substituição por causa do risco de ilogicidade. A forma lha se impõe, então; sendo a o pronome vicário de «violenta resposta».
Distração de Júlio Diniz.
Interrogativa direta, interrogativa indireta
e ato ilocutório diretivo
e ato ilocutório diretivo
A frase «Que dia é hoje?» é uma interrogativa direta. A frase «Veja que dia é hoje» é uma interrogativa indireta.
E a frase «Você pode ver que dia é hoje?» se enquadra em direta ou indireta? Por quê?
A expressão «não me diga»
A minha dúvida está relacionada com a expressão «não me diga que...», e saber se o seu uso pressupõe uma dúvida (ou uma questão).
Se escrevo «não me diga que o acontecimento X teve lugar. (ponto final)», é correto (e habitual) pressupor que se está a questionar o acontecimento X?
Assim sendo, é legítimo afirmar que nem todas as questões têm necessariamente de terminar com um ponto de interrogação?
Desde já, obrigado.
«Formatos de anúncio» ou «formatos de anúncios»
Como tradutora, deparo-me muitas vezes com a estrutura "nome singular+nome plural" no inglês, como ad formats e bid adjustments.
Nesta pergunta relacionada, vocês mencionam "nomes contáveis e não contáveis". No entanto, não é explicado se a utilização de singular em vez de plural no segundo nome é efetivamente um erro gramatical na tradução.Ou seja:
1) "formatos de anúnciO" está incorreto em termos gramaticais? É obrigatório ser "formatos de anúnciOS", uma vez que "anúncios" é um nome contável neste contexto?
2) O mesmo se aplica a "ajustes de lance". "de lancE" ou "de lancES"? É obrigatório usar plural se o nome for contável? A utilização do singular é incorreta gramaticalmente?
A resposta dada na outra pergunta indica que os exemplos «máquina» e «refrigerante» "podem flexionar no plural", o que me pode levar a crer que não há uma obrigatoriedade em usar a estrutura "nome plural+preposição+nome plural" quando os dois nomes são contáveis.
Obrigada por esclarecerem esta questão.
