Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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A Ordem dos Advogados acima da lei?!
Uma entidade pública que recusa a ortografia oficial

A decisão da Ordem dos Advogados portugueses na não aplicação da norma ortográfica oficialmente em vigor no país desde 2015  é «uma inadmissível provocação» por parte de uma entidade pública, criada pelo Estado e encarregada do desempenho de tarefas públicas de regulação e disciplina da profissão de advogado — considera o constitucionalista Vital Moreira, em texto publicado no blogue Causa Nossa, com a data de 23 de junho de 2022.

 

Na educação, o exemplo vem de cima, sim!
Não deve um professor mandar calar um aluno?

«Um professor deve ensinar. Fá-lo-á muito melhor, quando os alunos permitem que ele o faça. Para isso acontecer, os pais, os irmãos mais velhos, a família deve dar-lhes o exemplo, pois o exemplo vem de cima.»

Artigo de opinião de Lúcia Vaz Pedro, professora de Português e Francês no ensino secundário, incluído no Público em 4 de abril de 2022, a propósito de um outro artigo saído no mesmo jornal, em 31 de março de 2022, da autoria de Ana Stilwell e Isabel Stilwell, no qual se sustenta que os professores não deviam mandar calar os alunos e a boa-educação é atribuição das escolas – "à [sua] cultura de empresa".

O brasileiro já é a língua do Brasil?
Presente e futuro da lusofonia

É tempo de o português do Brasil se tornar a língua brasileira? O jornalista e escritor brasileiro Sérgio Rodrigues diz que sim, em crónica publicada na Folha de S.Paulo (12 de maio de 2021), mas o historiador e político português Rui Tavares acha que não (Público, 14 de maio de 202).

Duas posições que, podendo ser antagónicas, concordam como indícios de que algo não corre bem no seio da chamada lusofonia.

Incluiu-se também o que, a propósito desta troca de argumentos, escreveu o jornalista Nuno Pacheco no jornal Público, de 20 de maio de 2021, assim como, sobre esta mesma querela, o texto Afinal, existe 'língua brasileira'?, da autoria do professor Sérgio Nogueira.

O Acordo Ortográfico em tempos de pandemia
Nuno Pacheco vs. Vital Moreira

«[...] Por cá, tudo o que se relaciona com infecções foi amputado de uma letra pelo velho vírus ortográfico (ou “ortogravírus”, como queiram) e passou a infetado, infetada, infecioso, infeção, infeções, infetou, infetar, desinfeção. Pois bem, já que o acordo ortográfico de 1990 é para o universo da língua portuguesa, supunha-se que tal grafia seria comum a todos os países. Mas não. No Brasil, como já aqui se referiu, a norma desta família de palavras não se alterou (está, aliás, igual à que Portugal praticava antes do acordo): infectado, infectada, infectados, infecção, infecções, infecciosas, infectologista, desinfecção», escreveu o jornalista Nuno Pacheco no jornal Público, no dia 16 de abril de 2020.

Rebatendo-o no blogue Causa Nossa, contrapõe o jurista e constitucionalista  Vital Moreira: «O que o autor não diz, propositadamente para criar a confusão, é que no Brasil essas palavras se escrevem com o tal c porque assim se pronunciam, sendo esse um dos vários casos da diferença de pronúncia das mesmas palavras nos dois lados do Atlântico (facto e fatocontacto e contatoperceção e percepçãoetc.)».

Um e outro textos desta controvérsia  ficam disponíveis, aqui e aqui  

 

Quem deve leccionar Português? Um contributo
Para não o transformar numa disciplina onde vale tudo

Em Portugal, os professores de Francês, Inglês, Alemão e Espanhol vão poder dar aulas de Português no 3.º ciclo e ensino secundário, nos casos em que ainda existam alunos sem aulas nesta disciplina, conforme resolução que a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) tornou pública em 14/01/2020. A Associação de Professores de Português considerou que «à partida, não é uma má decisão», mas entre os atuais docentes da disciplina há vozes discordantes. É o caso de António Carlos Cortez, poeta, crítico literário e professor, que toma posição no artigo de opinião que a seguir se transcreve, publico no jornal Público em 22/01/2020.

dizem professores para alunos brasileiros, africanos e timorenses" class="img-adjust">
Há «choque de culturas» e discriminação nas universidades portuguesas
relata um estudo sobre o acolhimento de estudantes estrangeiros.
Por Lusa

«Choque de culturas», «casos de discriminação», «não aceitação da língua portuguesa falada e escrita por estudantes lusófonos», «falta de sensibilização dos professores» – são algumas das conclusões de um estudo da investigadora científica do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) e do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT) da Universidade de Lisboa.

 

[Texto publicado no Diário de Notícias em 8 de dezembro de 2019, com base numa peça da agência de notícias Lusa.]


 

 

 

A avaliação do parlamento português ao Acordo Ortográfico de 1990

Texto de D'Silvas Filho sobre a Avaliação do Impacto do Acordo Ortográfico de 1990, do Grupo de trabalho da Assembleia da República. O texto completo está disponível na página pessoal do autor.

Iniciativas dilatórias de aperfeiçoamento no A090
Sobre a I Reunião do COLP

Comentário de D´Silvas Filho à primeira reunião do Conselho de Ortografia da Língua Portuguesa (COLP)

Escrever com erros não dá multa nem prisão
Sobre a querela revogar vs. melhorar o Acordo Ortográfico de 1990

«Hoje, que tanto se valoriza a inovação e o "pensar fora da caixa", não fica nada bem dizer isto – mas a resistência indignada às regras do Acordo Ortográfico (AO) de 1990 configura, as mais das vezes, uma atitude reacionária. O povo português é em geral conservador no gosto e nos hábitos e convive mal com a mudança.» Quem o afirma é o jornalista José Cabrita Saraiva num artigo de opinião publicado após a aprovação do relatório apresentado pelo grupo de trabalho para a avaliação do impacto do AO90

Revogar ou não revogar o Acordo Ortográfico?
António Jacinto Pascoal vs. Lúcia Vaz Pedro

«Lúcia Vaz Pedro deu uma pálida ideia da sustentação às alterações gráficas para a língua portuguesa [emaranhando-se] numa teia de contradições, optando por um efeito de vitimização que não evitou o espectáculo menor de quem defende a todo o custo e sem qualquer brilho uma das piores opções tomadas ao nível da cultura portuguesa, na última década» escreveu o professor António Jacinto Pascoal num artigo saído no jornal Público no dia 16 de julho de 2019, a propósito dum debate realizado na última Feira do Livro de Lisboa

«Nesse debate, que não o foi – ripostou a professora Lúcia Vaz Pedro em artigo saído no mesmo jornal no dia 19 de julho de 2019  pois foi convocada toda uma plateia, excessivamente participativa, que "limpa os bigodes dos pingos de sopa", houve alguém que quis falar, quis explicar, que se prontificou a esclarecer, a debater (porque da discussão nasce a luz) e foi sistematicamente interrompida, insultada por uma geração "romântica", incapaz de aceitar que todos os "meninos e meninas LVP" deste país escrevem há quase uma década com a grafia que está em vigor.»

Um e outro artigo ficam nesta controvérsia, aqui e aqui 

Imagem recolhida, com a devida vénia, do jornal Público.