«A polémica sobre aquilo que é entendido como linguagem “inclusiva” já dura há vários anos. Toda uma série de neologismos está a crescer a cada dia, associada a uma suposta autoridade moral no seu uso» – sustenta o historiador e político José Pacheco Pereira, em artigo publicado no jornal Público no dia 9 de julho de 2022, acerca de termos como «não binária», queer, trans, LGBTI-Fobia, gay, «expressão de género», etc., que, na sua opinião, podem não ser tão inclusivos como se pretende. O autor segue a norma ortográfica de 1945.
«Presidente, para quem não sabe, é o particípio presente do verbo "presidir". Assim era no latim (praesidente(m), no acusativo). Ora, no particípio presente, apenas existe uma forma, seja para o masculino, seja para o feminino» – afirma o professor universitário Carlos André, num artigo onde analisa a questão do género do ponto de vista etimológico e morfológico. Apontamento da página de Facebook do autor, em 13 de fevereiro de 2022 (artigo aqui transcrito com a devida vénia).
População trabalhadora, em vez de «os trabalhadores», pessoas desempregada em substituição de «os desempregados» e grupo de pensionistas no lugar de «os pensionistas» são algumas das propostas constantes do novo manual de comunicação do Conselho Económico e Social, visando a neutralidade linguística e inclusiva. As razões destas alterações, ainda em discussão (polémica) interna no organismo de concertação social português, segundo o respetivo presidente, o sociólogo Francisco Assis – nesta notícia assinada pela jornalista Rosa Pedroso Lima, publicada no semanário Expresso de 12 de março de 2021 .
Em Portugal, num excesso de generalização da linguagem inclusiva, o político Pedro Filipe Soares, líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, usou a forma "camarados" na XI Convenção do Bloco de Esquerda. Nuno Melo, eurodeputado do CDS, acusou-o de «assassinar a língua portuguesa, para sublinhar proclamações de género ridículas», num artigo do Jornal de Notícias. Em resposta à polémica em torno do erro, prontamente corrigido, Pedro Filipe Soares, veio recordar num artigo do Público que a língua é ideológica e tem história.
«A linguagem inclusiva é mais um passo numa luta em várias frentes com um mesmo objetivo: vencer a agenda patriarcal» – afirma o político português Pedro Filipe Soares, presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, na legislatura de 2019-2021. Artigo de opinião incluído na edição de 20 de novembro de 2018 do jornal Público.
«Os bloquistas podem saudar-se como "camarados", dispostos a assassinar a língua portuguesa, para sublinhar proclamações de género ridículas.» Um artigo de opinião do euroedeputado português Nuno Melo (Jornal de Notícias, 15 de novembro de 2018), que, tecendo críticas a um antigo dirigente do Bloco de Esquerda (BE), censura um deslize linguístico de outro dirigente do BE, Pedro Filipe Soares, que tratou aos seus correlegionários por «camaradas e "camarados"».
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