Algumas recomendações e comentários sobre a grafia e o significado de palavras e expressões relacionadas com 26.ª Cimeira do Clima (COP26), decorrente entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia.
Algumas recomendações e comentários sobre a grafia e o significado de palavras e expressões relacionadas com 26.ª Cimeira do Clima (COP26), decorrente entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia.
«Não há palavras neutras, dizia Roland Barthes. Nas notícias, nos discursos – em lado nenhum. E isto é uma evidência que infelizmente tem de se repetir para que as pessoas não a esqueçam.» O escritor Gonçalo M. Tavares dá exemplos de como as escolhas das palavras estão, muitas vezes, intrinsecamente ligadas a questões políticas.
Crónica publicada na Revista E do semanário Expresso no dia 5 de fevereiro de 2021.
A forma como as palavras são manipuláveis e como os falantes as ajustam aos seus interesses mostra uma linguagem que espelha os próprios utilizadores, sobretudo num contexto de exercício do poder. É este o mote para este pequeno apontamento de Carla Marques.
«Os acontecimentos mais recentes têm trazido ao espaço mediático português tensões entre partidos políticos, situações problemáticas relacionadas com factos presentes e passados e opiniões e depoimentos geradores de polémica intensa. Nestes domínios a metáfora singra como opção para descrever as dificuldades»,escreve a professora Carla Marques, neste apontamento sobre o usos da metáfora na política.
A criação de linguagens próprias tem efeitos positivos e negativos, mas aquelas que produzem este último tipo de efeitos são mais preocupantes porque, segundo o autor – em artigo que a seguir se transcreve no jornal i do dia 21 de junho de 2019 – «são propiciadoras de fenómenos nocivos que vivem melhor nas sombras que à luz do dia, como a fraude e a corrupção».
O uso de nós no discurso público constitui também uma estratégia de não identificar o sujeito de uma ação, levando a diluir a responsabilidade individual no coletivo, como tem acontecido em Portugal quando o tema é a violência doméstica. Texto assinado pela linguista Ana Sousa Martins, coordenadora da Ciberescola da Língua Portuguesa, que o leu na rubrica "Cronigramas" do programa de rádio Páginas de Português (emissão de 17/03/2019).
«As pessoas são imersas em bolhas de informações falsas e tendenciosas, em que as opiniões são apresentadas como factos e em que o recurso a ferramentas como a publicidade política microssegmentada” contribui para a eficiência dessa desinformação e manipulação.» (...)
* in Populismo, fake news e politicamente correcto: a relação entre a linguagem e os movimentos, Público de 21/01/2019
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