Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Génio, o tanas!
A falta de propriedade de alguns usos

«O mito do génio cria uma barreira de inatingibilidade. Ele está no cume, na sua redoma», afirma Vítor Belanciano, em crónica incluída no jornal Público em 19 de junho de 2022, refletindo sobre os maus usos do termo génio.

 

(O autor escreve segundo a a norma ortográfica de 1945)

Dupla negativa
Uma construção típica das línguas latinas

«Em português – e nas outras línguas latinas que conheço, exceto em francês oral, por causa da supressão do advérbio ne na fala – a regra é que, numa frase negativa tem de haver sempre uma negativa antes do verbo.»

Apontamento do tradutor Vítor Santos Lingaard, que critica a moda de evitar a dupla negação do português, fazendo com que a forma correta «não vi nada» se transforme incorretamente em «vi nada». Texto publicado no blogue Travessa do Fala-Só em 7 de abril de 2022.

 

48 expressões e palavras nos 48 anos do 25 de Abril
Modas, modismos, neologismos e incorreções mediáticas

Assinalando os  48 anos do 25 de Abril em Portugal, a professora Carla Marques apresenta 48 palavras e expressões que caracterizam a língua na atualidade, porque a forma como se fala «como outros produtos humanos, não fica indiferente a esta ação do tempo e também ela é permeável às alterações e acompanha os novos tempos abrindo espaço a muitos fenómenos que a alteram, tanto no sentido positivo como no negativo.»

«Ajuda letal»?
Um modismo assente numa clara contradição

«A expressão «ajuda letal» foi retomada recentemente na comunicação social portuguesa, associada ao contexto da guerra na Ucrânia para referir o apoio em armamento bélico ao Governo de Kiev por parte  dos EUA e outros países ocidentais». Um modismo que encerra uma clara contradição, como explica a professora Carla Marques

A era do «eu diria que...»
Modismo em alta na classe política portuguesa
«"Eu diria que..." –  escreve nesta crónica* o jornalista Victor Bandarra – é uma maneira subtil e cautelosa de alguém prever o futuro sem se comprometer. Os políticos são especialistas.»
 
* Crónica publicada na revista dominical do Correio da Manhã, do dia 31/10/2021, escrita segundo a norma ortográfica de 1945.
Vícios de linguagem... mediática
Tempos verbais desfasados, modismos e anglicismos a eito

Leis que ainda iam ser votadas tituladas como se já  tivessem sido aprovadas, uma manifestação no dia seguinte descrita como «grandiosa», o modismo focar (e foco), o neologismo (inventado no Brasil) antenar e a proliferação de anglicismos com tradução já em português. E, ainda, o emprego  diversificado de trabalho e de  trabalhista.

Texto adaptado de um comentário do autor para advogados estagiários em Angola, no quadro dum patrocínio de estágios – vertente: terminologia e retórica forenses.

Recepcionou suporte para experienciar a sua resiliência?
Quando na língua as "modas" são retrocesso

Há «palavras que têm vindo a substituir, automaticamente, outras bem mais simples, e muitas vezes sem atender ao seu real significado», escreve * o jornalista português Nuno Pacheco, criticando certos modismos, como é o caso a troca de expressões vernáculas por neologismos (experienciar, gerenciar) e estrangeirismos semânticos (resiliência) que obscurecem a comunicação.

Artigo de opinião incluído no jornal Público em 8 de julho de 2021.

Anda tudo a falecer
A proeminência de falecer face a morrer

O cronista Miguel Esteves Cardoso dedica a sua crónica ao verbo falecer, tornado modismo com uma amplitude tal que parece ocupar todos os espaços do verbo morrer.

 

*Crónica publicada no jornal Público em 8 de maio de 2021. (mantém-se a ortografia de 1945, seguida no original).

Conta-me uma «narrativa»
Um modismo que ganhou asas

A conversão da palavra narrativa em modismo, num alargamento quase impensável da significação original da palavra, motiva este apontamento da professora Carla Marques

De <i>correr</i> a «correr atrás do prejuízo»
O contrassenso de alguns modismos

O verbo correr é de uso corrente, tanto em sentidos associados ao movimento físico como noutros menos literais. A sua combinação com preposições diversificadas gera também sentidos específicos. Estranho, todavia, é o uso do verbo na construção «correr atrás do prejuízo», que significa o contrário daquilo que se afirma. Um modismo analisado à lupa pela professora Carla Marques