Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Dos nomes científicos e correntes das doenças
A propósito do termo «varíola dos macacos»

«As doenças têm um nome científico, criado pelos especialistas e muitas vezes acompanhado de uma forma abreviada, que se baseia geralmente na sua etiologia (causa); a par desse nome científico, as comunidades linguísticas criam quase sempre um ou mais nomes correntes, motivados pelos seus sintomas, sinais e outras características apreensíveis a olho nu [...].»

Crónica da linguista Margarita Correia publicada no Diário de Notícias em 20 de junho de 2022, na qual se explica a formação dos nomes científicos das doenças, se comenta o uso destes a par das denominações populares e se critica a preferência pelo termo inglês Monkeypox, a propósito dos surtos de varíola dos macacos em Portugal e noutros países.

 

Ciência em Portugal? <i>The show must go on</i>!
Ciência, universidades e financiamento

«É iniludível o facto de que [o] florescimento científico [veriifcado em Portugal] se fez, e faz, à custa de trabalho precário e minguadamente gratificado de bolseiros e investigadores contratados a prazo» –observa a linguista e investigadora Margarita Correia, em crónica  publicada no Diário de Notícias em 30 de maio de 2022, com críticas à política de financiamento das ciências em Portugal, com resultados gravosos para os investigadores e o seu futuro profissional.

 A ciência em português e espanhol
As consequências nocivas da anglofonização na comunicação científica

«Se, por um lado, é certo que a anglofonização global da ciência é benéfica como ferramenta de colaboração, de pluralidade e de inclusão [...], é igualmente certo, por outro lado, que ela tem consequências nocivas para o desenvolvimento, como a exclusão de investigadores e académicos que não escrevem em inglês e o distanciamento das comunidades dos leitores, os próprios cientistas e os demais setores sociais, cada vez mais interessados e dependentes do conhecimento científico.»

Artigo de opinião da linguista Margarita Correia publicado no Diário de Notícias em 4 de abril de 2022, a propósito da publicação do O português e o espanhol na ciência: notas para um conhecimento diverso e acessível, apresentado Conferência Internacional sobre as Línguas Portuguesa e Espanhola, CILPE-2022 (Brasília, 16-18 de fevereiro), da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e subordinada ao tema "Línguas, cultura, ciência e inovação". A autora sublinha a necessidade de incentivar a comunicação cinentífica nas línguas portuguesa e espanhola como forma de resistir à pressão do inglês.

A presença dos países de língua portuguesa na Internet
Um recurso estratégico de desenvolvimento das sociedades

«Os falantes de português representam 3,05% da população mundial conectada à internet e a língua divide a sexta posição junto com outras 4 línguas: árabe, russo, alemão e japonês.»

Crónica da linguista Edleise Mendes incluída no programa Páginas de Português (Antena 2), em 16 de janeiro de 2022, a respeito da posição dos falantes de português entre os utilizadores da Internet e a importância estratégica que este recurso tem para o desenvolvimento social.

Os anglicismos dos ciberataques
A propósito do ataque informático ao grupo Impresa

Em entrevista feita pelo jornal Público, em 8 de janeiro de 2022, a Rui Duro, gestor da empresa de cibersegurança Check Point Software, nota-se uma profusão de termos técnicos em inglês que os mais ciosos do vernáculo desejarão evitar.

Apresenta-se de seguida uma lista dessas palavras com comentários sobre contextos e significados destas palavras, com a indicação de equivalentes portugueses possíveis ou já com uso efetivo e estável.

«Como posso ajudar?» Talvez desaparecendo, não?
A intromissão das mensagens automáticas na comunicação digital

«Sem duvidar da utilidade de avaliar (quando necessário) a nossa relação com o mundo das máquinas, nos seus múltiplos parâmetros – e isso pode ser feito de forma seca e eficaz, sem rodriguinhos a fingir que “está ali uma pessoa” –, somos invadidos por idiotices a que apetece dar um berro.»

Crónica do jornalista Nuno Pacheco incluída no jornal Público em 6 de janeiro de 2022, à volta do excesso de mensagens automáticas associadas a aplicações digitais, as quais em vez de facilitarem a comunicação acabam por lhe criar novos problemas.

Adelfeira
Um endemismo ibérico

Crónica de Miguel Boieiro, estudioso de botânica, sobre as adelfeiras,  ou Rhododendron ponticum subsp. baeticum, «endemismo ibérico que só se encontra espontâneo na serra de Monchique, no Caramulo (Vouzela) e nas serranias de Granada (Espanha)».

Inglês gera «ditadura da língua»
Em 95% dos artigos científicos, apenas 1% é em português e em espanhol

 

Um relatório sobre a diversidade linguística no meio académico revela que mais de oito em 10 investigadores ibero-americanos escrevem no idioma anglo-saxónico, e não nas suas línguas maternas.

Artigo publicado no jornal espanhol El Pais (edição Brasil), com a data de 30 de julho de 2021 – a seguir trancrito, com a devida vénia.

O que nos faz humanos
Máquinas que falam e o modelo estatístico do sistema GPT-3

«A construção de programas que conseguissem dialogar em linguagem corrente foi um dos primeiros objectivos dos investigadores d[a] área [de Inteligência Artificial], e continua a ser, ainda hoje, uma ambição importante e apenas parcialmente atingida» – sublinha  Arlindo Oliveira, professor no Instituto Superior Técnico (Lisboa) e presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC), falando do processamento automático da linguagem e assinalando o aparecimento do GT-3, um poderoso sistema que modela estatisticamente as línguas naturais.

Artigo incluído no jornal Público em 03/05/2021 (mantém-se a norma ortográfica de 1945, seguida pelo original).

 

Em Portugal, <i>Antropocénico</i> (e não <i>Antropoceno</i>)
O que se distingue o impacto da atividade humana sobre o planeta

Em Portugal, para referir a época que se distingue pelo impacto da atividade humana sobre o planeta, deve empregar-se Antropocénico, tal como se usam as formas Oligocénico, Miocénico e Pliocénico, sempre com a terminação -énico. Parecer que o professor universitário e paleontólogo Carlos Marques da Silva, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, elaborou para o Ciberdúvidas a propósito da resposta "Antropoceno e Antropocénico" (Consultório, 02/03/2021).

Comentário inédito, escrito propositadamente para o Ciberdúvidas. Mantém-se a ortografia usada pelo autor, anterior à norma em vigor.