O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
«Os feridos

No português falado em Angola, é recorrente a alteração errónea do significado dos verbos – por exemplo, acontece empregar-se, por vezes, a voz ativa com sentido passivo. Edno Pimentel aponta um caso desses, o do uso do verbo internar.

[Crónica publicada na coluna Professor Ferrão do semanário luandense Nova Gazeta, de 23 de julho de 2015, à volta dos usos do português em Angola.]

A jurisprudência do palavrão

Quando é que as denominadas «subtilezas de linguagem» e demais «expressões rudes» – vulgarmente conhecidas como insultosinjúrias – (não) são tidas como mera «muleta de linguagem» no entendimento dos tribunais chamados a pronunciar-se? E qual é a fronteira, para a jurisprudência portuguesa, para além da qual se ultrapassa o simples «calão grosseiro proferido como desabafo»? Um caso recente e muito mediático envolvendo o marido da ministra das Finanças portuguesa propiciou este levantamento de casos judiciais similares, num trabalho da jornalista Ana Henriques, saído no diário Público do dia 16 de julho p.p.

A despedida

Versos do poeta português António Correia de Oliveira (1879-1960), a propósito do amor e das maneiras de dizer adeus em português. Agradecemos à consulente Paula Cravo o ter-nos sugerido a disponibilização deste texto.

Crónica do autor sobre a deturpação da palavra anomalia, colhida numa irritação provocada no caótico trânsito da cidade de Luanda,

[Publicada na coluna "Professor Ferrão" do semanário luandense Nova Gazeta de 15 de julho de 2015, à volta dos usos do português em Angola e com o título "Vejo muitas "Anormalias""]

As muitas formas de dizer adeus

Um artigo do linguista brasileiro Aldo Bizzocchi, publicado em 29/06/2015, no blogue associado à edição em linha da revista Língua Portuguesa, no qual o autor confronta as fórmulas de despedida em português com as de outros idiomas: «as fórmulas de despedida sempre contêm algo de esperançoso: o desejo do reencontro, o de que quem parte o faça em paz e o de que Deus guie os passos do viajante.»

Ditosa língua

«O português carregará ainda alguma febre imperial no corpo e é natural que desconfiem dele. Mas acontece que a repressão é mecânica e a língua é biológica. Se chega às terras de outros povos na bagagem do colonizador, em breve sai e se desnuda e se alimenta, e adormece e procria. As armaduras ficam no chão, enferrujadas, podres. A formação orgânica progride.»

 

 

[texto lido pela escritora portuguesa Hélia Correia na entrega do Prémio Camões que lhe foi atribuído por unanimidade do júri, para o presente ano de 2015, no qual confessa a sua  «paixão pela língua portuguesa [que] cega não será, superlativa muito menos [, mas] rica, porque vem das boas famílias dos antigos e o que recebeu multiplicou». A cerimónia realizou-se em Lisboa, no dia 7 p.p., e  o texto, lido na altura, transcrevemo-lo do jornal “Público”.]

Um cubico sem aspas

«Todos naquele cubico são mbora boa gente*. E muitos sabem disso. Podiam andar sem aspas, mas parece que ainda não chegou o tempo. Gírias e calões só na informalidade. Na escola e no trabalho são, por recomendação, evitados. O que me alegra é saber que pelo menos têm terra e são angolanos.»

Assim se refere Edno Pimentel à gíria luandense, que integra um sem-número de palavras de origem banta (do quimbundo e do chócue), contribuindo para definir cada vez mais a identidade do português falado em Angola. Crónica publicada no semanário Nova Gazeta, em 9 de julho de 2015.

* Para os significados de cubico e mbora, consultar o glossário associado ao texto integral.

A saudação «Boas!»

Crónica do escritor português Miguel Esteves Cardoso sobre uma fórmula de saudação que está a disseminar-se coloquialmente, no português de Portugal. Transcrição da sua coluna no jornal Público, em 9 de julho de 2015.

O uso do hífen segundo o Acordo Ortográfico

«De uso controvertido desde sempre, o emprego do hífen, mesmo com as novas regras definidas pelo recente Acordo Ortográfico, continua criando dificuldades para a compreensão do usuário da língua portuguesa», começa por recordar o autor, nesta excelente sistematização que elaborou, com data de 2008, sobre o que mudou – ou não – com a nova reforma do português escrito, nesta área tradicionalmente problemática, dada a dispersão e incoerência nalguns casos de critérios da norma até aqui em vigor. As regras que prevaleceram e/ou foram mais bem clarificadas – ou não, também... – é o que aqui ele enuncia, com a exposição dividida em duas partes, sob os seguintes subtítulos: «(1) Usa-se o hífen; e (2) Não se usa o hífen.» Em cada tópico acrescentaram-se exemplos e, também, observações consideradas necessárias pelo autor ao esclarecimento de cada um deles.

Segue, na íntegra, com a devida vénia ao professor Roberto Sarmento Lima. (...)

«Alfabetização com

Um erro muito comum, a confusão entre adesão e aderência, cometido desta feita por quem mais obrigação tinha de evitar "misturas" de dois nomes formados a partir do mesmo verbo, aderir. «São, ambos, filhos da mesma mãe, vivem juntos, mas são diferentes», lembra-se nesta crónica sobre o português em Angola, transcrita do semanário Nova Gazeta, de 2 de julho de 2015.