O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa O nosso idioma
Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Crónica nostálgica de gestos quase em extinção
A propósito do verbo lembrar-se, de Georges Perec e de memórias (nada) banais

Retomando um livro comemorativo do 25 de Abril de 1974, que publicou com o título Lembro-me quecuja sintaxe recebeu reparos injustificados  –, o jornalista Ferreira Fernandes, inspirando-se no escritor francês Georges Perec (1936-1982), chega «a esta crónica, nostálgica de gestos desaparecidos e hoje quase impensáveis de serem praticados», associando várias memórias pessoais e profissionais, que vão da Angola colonial a uma duvidosa vitória luso-angolana num campeonato europeu de futebol. Texto transcrito, com a devida vénia, da edição de 29 de agosto de 2020 do jornal Público.

Qual é a origem da palavra <i>esquerda</i>?
Uma viagem até aos Pirenéus

«A direita tem uma origem latina muito directa. Já a esquerda esconde algumas surpresas. Nesta viagem pelas palavras, vamos da nossa língua ao Velho Oeste, passando pelos Pirenéus.»

É a proposta do professor universitário e tradutor Marco Neves com o apontamento adiante transcrito com a devida vénia, a respeito da etimologia da palavra esquerda. Texto publicado em 30 de agosto de 2020 na página Certas Palavras. (mantém-se ortografia de 1945 que é seguida no original).

Um ponto pouco final
Uso e desuso da pontuação entre gerações

«Cosslett não estava a querer extinguir o ponto final – estava a querer redefini-lo de acordo com a maneira como é usado por gerações diferentes. É um objetivo tradicional, interessante e útil»

Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso, incluída na edição de 26 de agosto de 2020 do jornal Público, onde o autor aborda o desuso de determinada pontuação, nomeadamente o ponto final. Mantém-se a ortografia do original, anterior ao acordo vigente.

Que nos contam as palavras <i>racismo</i> e <i>xenofobia</i>?
Sobre a introdução de duas palavras no português

«É provável que as palavras [racismo e xenofobia]  tenham circulado na sociedade antes das primeiras atestações registadas. Em português, ambas chegam com relativo atraso, algures no século XX, e por meio do francês, a grande referência cultural portuguesa até meados desse século.» A respeito da história dos internacionalismos racismo e xenofobia, um texto da linguista Margarita Correia publicado no Diário de Notícias de 25 de agosto de 2020.

As 20 palavras mais engraçadas da língua portuguesa
Para rir um pouco...

 Balacobaco, chumbrega, faniquito, gororoba,  mequetrefe, serelepe,  tribufu, urucubaca, xexelento e ziquizira são 10 exemplos de  palavras  tão incomuns quanto o riso que provocam a quem as oiça pela primeira vez neste pequeno artigo publicado no sítio eletrónico brasileiro Escola Educação. 

 

Como é que isso vai?
Sobre fórmulas de saudação usadas em Portugal

«A dupla “Como está? Passou bem?” oferece duas oportunidades de confissão pessoal e humana. Há despachar e despachar, há enganar e deixar na dúvida.»

Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso sobre as subtilezas das fórmulas de saudação em Portugal e incluída na edição de 14 de agosto do jornal Público.

O português, o IILP e o sistema global das línguas
Língua supercentral, de unidade nacional e pluricêntica

«Enquanto língua supercentral – escreve * Margarita Correia,  presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP, o português é uma língua de âmbito internacional (oficial de nove países e da Região Administrativa Especial de Macau), falada em todos os continentes, gravita em torno do inglês (língua global de produção e difusão de conhecimento). Ao mesmo tempo, o português constitui o centro de uma constelação mais restrita, em torno do qual gravitam “línguas nacionais”, e.g. as principais línguas de Angola ou Moçambique, com função veicular. Em linguagem política, o português é "língua de unidade nacional" para vários países. É também língua pluricêntrica

Artigo  publicado originalmente no Diário de Notícias de 11 de agosto de 2020

A glotofagia não  é inevitável
A realidade nos PALOP

«glotofagia não é inevitável», sustenta neste apontamento* a  professora Margarita Correia, lembrando como a aplicação de políticas linguísticas adequadas  em países com linguas nacionais  próprias – como é o caso específico dos PALOP –  «pode atenuar significativamente o processo». 

* emitido no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 9 de agosto de 2020.

 

Das crenças
Desde Galileu, que teve de renegar o heliocentrismo, à hidroxicloroquina e ao vodca para a covid-19...

«No que respeita à língua portuguesa, perdura entre certa camada da população um conjunto particular de crenças, que se sustentam no passado colonial português e que, por seu turno, motivam comportamentos preconceituosos e xenófobos relativamente a variedades nacionais que não a portuguesa. Entre essas crenças contam-se a de que Portugal é o único dono da língua portuguesa, a de que a variedade brasileira difere da europeia por ter sido corrompida – e até de que foi tão corrompida que em rigor já não é português –, a de que a norma-padrão dos países africanos de língua portuguesa e de Timor-Leste é e será o português falado pelas classes cultas do eixo imaginário entre Lisboa e Coimbra.(...)»

[Margarita Correia, in Diário de Notícias de  4 de agosto de 2020.]

O diálogo intercultural em português
Mais ricos e mais plenos, trabalhando juntos

Como viver a pluricentricidade de uma língua, a nossa, idioma oficial em nove países, em quatro continentes e que tem cerca de 270 milhões de falantes?  A pergunta e a resposta da professora universitária brasileira  Edleise Mendes, em crónica emitida no programa Páginas de Português, na Antena 2, do dia 2 de agosto p.p.