O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Sobre a palavra <i>normal</i>

«A palavra normal pode ser usada de forma diferente. Umas vezes dizemos que é uma coisa normal simplesmente para dizermos que é comum, que costuma acontecer em certo tipo de situações. Outras vezes, para afirmar que é mesmo assim que que deve ser; isto é, num sentido normativo ("O Normal é os juízes não darem entrevistas"). (...)»

 

[Luís M. FariaRevista do semanário Expresso, 12 de novembro de 2016]

Viver para Contar: O palavrão democratizou-se

«(...) Em primeiro lugar, o uso frequente do palavrão conduz a uma certa falta de respeito entre as pessoas. Em segundo lugar, o recurso ao palavrão empobrece imenso a linguagem. A palavra «m…», por exemplo, substitui todos os adjetivos: «É feio como a m…», «É estúpido como a m…», etc. E com a palavra «c…» sucede o mesmo: «É grande como o c…», «É alto como o c…». Basta o leitor tentar substituir as palavras «m…» e «c…» por outras para perceber até que ponto o uso daquelas facilitou a vida ao ‘utilizador’, atrofiando-lhe a capacidade de expressão. (...)»

[José António Saraiva, semanário "Sol", 12/11/2016]

Nossa Senhora das Preces

« (...) Lembre-se a Senhora do que sofre a nossa língua com tanto deletelow cost, shopping, startuptake away and so on. A Senhora sempre falou português com seus pais e familiares e amigos, pois que as santas também vivem como as outras pessoas, exceção feita à santidade. Salve com a sua ajuda todas as palavras postas em perigo porque delas se precisa até para rezar. Apresse-se Senhora e receba a prece. (...)»

[texto transcrito, com a devida vénia ao autor, do bloque "O Chocalho", colocado aí no dia 1 de novembro de 2016.]

A história da palavra <i>bera</i> no português de Portugal

A propósito da palavra bera, coloquialismo característico de Portugal, e da sua génese no contexto lisboeta de princípios do século XX, transcreve-se, com a devida vénia, um excerto do artigo "O Chiado e o seu comércio, em 1916", publicado no blogue Estação Chronographica, da autoria do jornalista português Fernando Correia de Oliveira (mantêm-se as ortografias utilizadas no original; na imagem, Rua Garrett, meados de 1897, foto de M. Goulart).

Caça ao homem

«Se a expressão "passar tudo a pente fino" é inócua, embora repetida por tudo e por nada, e “desactualizada” face a outros modos de procurar minuciosamente alguém ou algo, já «a caça ao homem» me parece, em tese, uma asserção indecorosa, feia, indigna, seja qual for o tipo de “caça” e seja quem for a pessoa, mesmo que, presumivelmente, assassina e cruel. Há outras formas de dizer o mesmo, como sejam busca, procura ou até perseguição. (...)»

 

[António Bagão Félix, "Público" do dia 21 de outubro de 2016]

Inverdade e mentira + erro e desacerto, <br>na linguagem jurídica

«Uma mentira é sempre uma inverdade, mas uma inverdade pode ser ou não uma mentira», assinala neste apontamento o jurista Miguel Faria de Bastos, lembrando, na linguagem dos tribunais, «inverdade é o verdadeiro antónimo de verdade, e não “mentira”. [...] Com algum paralelismo, é o mesmo que acontece com das palavras erro e desacerto, que também não são sinónimos, embora possam parecer, pelo menos à primeira vista.»

Quando o «antes preferir» pode ou não ser um pleonasmo

Por vezes, a análise gramatical de discursos não é tão linear como parece. É o que acontece com a construção «antes preferia» – por regra, um pleonasmo... muito recorrente.

As consoantes pré-nasalizadas de origem banta <br> na grafia do português de Angola

Contributo de Miguel Faria de Bastos às questões relacionadas com a representação gráfica das consoantes pré-nasalizadas características das línguas bantas, geralmente marcadas por dígrafos como mb, nd e ng, afloradas na pergunta (e respetiva resposta) "Uma sigla com nomes de uma língua banta".

Mas como é que te vou chamar?

Em Portugal até já se pode dar já o nome  de Manel, Chico, Clarinha a uma criança. E até nomes estrangeiros, como Choloe: Nem ninguém impede os pais de escolherem Modesto para antropónimo da sua criança – ou Neótoles, ou Abelâmio, ou Amor, ou Betsabé, ou Clemência. Porquê? E qual a influência da televisão – e em particular das telelenovelas – na escolha dos nomes próprios das crianças portuguesas, nos dias  que correm?

[trabalho publicado no jornal "Correio da Manhã" de 9/10/2016, com a devida vénia pela sua transcrição integral, a seguir.]

 

Idiota

Alguns insultos recorrentes no discurso político-mediático, em Portugal , neste texto assinado pelo jornalista Luís M. Faria, publicado na sua coluna "Altifalante – Nas Entrelinhas", in revista do semanário Expresso, de 1 de outubro de 2016.